terça-feira, 13 de março de 2018

ACEITAR, ENTREGAR, ACOLHER!

OU:
O CAMINHO DO CORAÇÃO!
PRATICAR O PRESENTE - A PRESENÇA!
SILENCIAR... O EGO!
"BUSCAI PELO REINO DE DEUS EM VÓS E TODO O MAIS..."


Faz dias que estou amadurecendo o tema quanto a:
- Qual Linha de Tempo quero viver daqui para frente?
Recentemente me engajei nos escritos de Cobra e sobre a possibilidade
de termos uma época, mesmo que curta, de relativa Paz e Prosperidade.
E pode ser que isso ainda ocorra e espero que sim.
Mas em fevereiro escrevi a ele, via um e-mail que encontrei
no meio dos textos ou entrevistas, que iria voltar ao meu
Caminho relacionado ao Advaita.
(Se ele o recebeu e leu não sei, mas não voltou).

Percebi que realmente é isso que me satisfaz mais profundamente.
E desde então venho amadurecendo este tema e percebi
que realmente vivemos uma época incrível onde cada um
pode escolher sua Linha de Tempo, sendo que,
todas elas estarão ligadas ao Tempo e, portanto, a Criação.
Isso implica em se preocupar em viver na 5D, ou num planeta 3D unificado
(livre da queda), e muitos outros mundos e dimensões, com seus variados seres.
O caminho de Advaita preconiza o não-tempo, o Eterno.
E como disse Aivanhov, para o Liberado não importa se
vive num planeta 3D confinado, liberto, na 5D ou onde for.
O xis da questão é estar liberado e para isso me afinizo com Advaita,
no caso, via Ramana Maharshi, mas não importa.
Nisargadatta também entrou em minha vida via um livro,
que achei, claro, num dos vários sebos em Curitiba há anos.

Por isso vou parar de escrever...



... porque o escrever, a partir de certo ponto, como com tudo, trará o efeito contrário: até agora me ajudou a amadurecer, mas, se persistir, ou o fruto apodrece, ou cristaliza.
É preciso entregar o fruto no momento certo.
Isso não quer dizer que nunca mais vou postar algo - o radicalismo via ego apenas o reforça ou o atiça. (Calma ego - não se desespere. Faremos poemas, como Bidi, Rumi e outros, ok? :-).

Quanto ao Advaita, muito jovem me deparei com Ramana Maharshi via uma revista Planeta e esqueci totalmente disso - mas algo ficou latente e quando recebi em 1999 um livro sobre sua vida e "filosofia", de um amigo alemão, vivendo na Suíça, senti uma afinidade imediata.
Mas levaria mais cinco anos para começar a praticar o Advaita conforme sugestão de Ramana - apenas se perguntar sincera e continuamente QUEM SOU EU?

Pode parecer absurdo e simples demais (para o ego sim!), mas, fato é que, anos antes eu havia tido uma clara intuição sobre o PODER DO ATO DE PERGUNTAR via lenda do Graal, em que Parsifal, ao não fazer a pergunta certa ou do modo certo, não recebe a resposta e o REINO (interior dele) continua doente (via ego e suas ilusões e projeções, representado na lenda, conto, mito ou fato, por um reino exterior).

Por isso somos doutrinados a apenas crer, porque questionar ativaria a REVELAÇÃO e o mundo nos quer obedientes em relação a fé e escravos em relação à matéria.
Aprendi que tudo que é profundamente questionado, é só uma questão de tempo, e se torna revelado. Isso inclui as invenções em geral, desde a roda até o avião,  e o ego - mas, no caso do ego, o que se revela é que ele não existe de fato - e voltando a citar o exemplo usado por Ramana e repetido por mim - constata-se que o ego é feito de nuvens, ora brancas, cinzas, mescladas, coloridas até, escuras, que tem o poder, no entanto, de ofuscar o sol - ou seja: via de regra nossa vida transcorre entre nuvens brancas a pretas onde o sol - nosso Espírito Imortal - não tem a menor chance de brilhar!

Advaita quer dizer CONHECIMENTO FINAL,  entre outros - mas é a este conceito que se referem os verdadeiros Advaitas, pois o Conhecimento Final ou a Gnosis ou Jnana em hindu, implica que se descubra que os Mundos Criados - A CRIAÇÃO, portanto - é uma ilusão diante do ABSOLUTO. 
Ou conforme explica a Wiki, nada é verdadeiramente real fora da Consciência Suprema, que Aivanhov e outros deram o nome de a-Consciência (anterior a Consciência) - para não confundir com os vários níveis da consciência que podem ser atingidos via mundos e dimensões. 

E o fato do Advaita se centrar no ABSOLUTO, ETERNO, fora da Criação e Criatura, fora, portanto, de dimensões mais sutis inclusive - não impede que eu me ocupe com o fato que vamos ter tempos difíceis, e com sorte uma trégua conforme Cobra, que teremos os famosos 3 dias onde ocorrerá algo singular e, ao que tudo indica, teremos muita turbulência à caminho, por isso ainda vou postar o artigo que venho compondo há dias, não para criar medo, nem para reforçar a ideia de catástrofes, MAS para PREPARAR as pessoas que se sentirem motivadas a ler o material. 

No post terá material para todos os gostos, mas quero enfatizar que A GRAÇA E O PERDÃO SERÁ A GRANDE TÔNICA DO APELO QUE SERÁ DADO DURANTE OS 3 DIAS - do qual todos falam (vão ler), MAS... para isso é preciso se abrir, aceitar a Graça para ela poder agir - muitos se sentem tão culpados pelo peso de suas consciências e teorias religiosas, que terão dificuldade de aceitar  A GRANDE GRAÇA desse final de Era, independente da Linha de Tempo que cada Alma vá adotar depois: morrer e renascer num Planeta 3D Unificado, na 5D, etc.

E quanto ao tema deste artigo, quero dizer que via Aivanhov eu já vinha expondo que a chave agora é das mais simples, melhor, o método mais elementar de ativar O ETERNO, DE SER O ETERNO, trata-se de praticar em cada situação no dia-a-dia (praticar e não apenas saber) - e retomar se esquecer e levantar se cair, pois tudo requer prática - nada se conquista de um minuto ao outro e quem consegue tal proeza, é que era uma alma muito madura, portanto, praticar:

- PAI, FAÇA-SE A TUA VONTADE.
- PAI, EM TUAS MÃOS ENTREGO MEU ESPÍRITO.

Tenho praticado isso várias vezes ao dia, para começar acordando cedo e agradecendo pelo dia anterior e entregando o novo dia NAS MÃOS DO PAI - faço do meu jeito - tal como Jesus ensinou:
- Precisamos nos comportar como Crianças perante o Pai, de forma sincera e sem formalidades.
Na verdade sempre fiz isso - é minha Alma Criança  - não infantil - que me facilita isso.

Mas quem não segue a linha cristã vai achar mais claro e simples ainda praticar o conceito dado por Nisargadatta de ACOLHER! (Todas as citações que retirei abaixo de duas mensagens dele falam só disso mas sempre usando como referência temas diferentes - alguns vão ficar chocados com a simplicidade do conceito Advaita - diria: reto e direto ao ponto, sem ritos, sem dimensões, sem "nada" para alimentar o ego e o deixar vaidoso de estar "fazendo" algo).

Já para outros o termo psicológico ACEITAR talvez seja mais claro - mas, como bem explicou Nisargadatta (que usa o nome de BIDI), não se trata de acolher a violência, o descaso ou algo similar. 
E arriscaria dizer que buscar se centrar várias vezes ao dia, no CENTRO DO PEITO, levar a mente ao coração assim, por segundos que seja, seguindo a dica de Tolle e outros, dá no mesmo.
Pratiquei isso e realmente foi muito especial - mas acabei me desviando e por isso agora vou usar todas, pois não vejo discrepâncias entre elas.

Qualquer uma das práticas (ou outras que funcionem para nós, mesmo que em níveis pessoais ainda) vai permitir que no meio dos 3 DIAS, ou de tempos difíceis, possamos nos manter centrados e sermos assim, fonte de força para os que estejam a nossa volta.

Portanto, ache sua técnica - aquela que te centrar, te trazer mais paz é a melhor. Pois caso tenhamos um período de calmaria, ele será temporário, visto que o Planeta quer e precisa Ascensionar e isso vai implicar em catástrofes menores e maiores e quando e como e o quanto e onde, ninguém sabe. Isso também Cobra nunca negou, apenas não enfatizou o aspecto das catástrofes - mas ponderei e considerei que é melhor a gente ler sobre o que "muitos" previram do que nos iludir achando que vai ser tudo light - isso, aliás, eu nunca achei. E espero, sinceramente, que Cobra esteja certo de termos um período de paz antes da Grande Tribulação, por vários motivos pessoais e planetários.

Assim, mais do que nunca em toda história do Planeta - digo, diante da eminência da Ascensão Planetária e tudo que ela implica, somente podemos achar  a verdadeira e derradeira PAZ EM NÓS - ao nos conectarmos com O ETERNO EM NÓS - seja por qual via for no final, importa que funcione.

E mesmo que não tenham coragem de ler todas as citações que retirei de duas mensagens de Bidi, leiam no final minhas CONCLUSÕES - através delas vão entender o essencial, mas garanto que ler as citações vai trazer uma clareza sem igual e daí poderão ainda decidir se vão preferir pegar a VIA DO ADVAITA seja com qual técnica ou meio for (taoista, cristão, etc.) ou se vão preferir continuar na CRIAÇÃO e fazer da 5D ou de uma 3D unificada o seu objetivo - pois acreditem: cada um pode escolher - nisso não tem nada de errado - o importante é não se enganar, ser sincero e fazer aquilo que fizer sua Alma cantar... e se encantar.

Aliás, e aqui uma dica just in time, como se diz no inglês, quanto ao milagre do ACEITAR-SE!

- Se existe algo essencial é aprender a ACEITAR - a se aceitar em primeiro lugar - tal como se é - não querer ser bom, querer perdoar, ser isso e aquilo se no fundo não sente nada disso!
- Porque quem não sabe se aceitar não sabe ENTREGAR  e muito menos ACOLHER!
E garanto que quando determinei o título não tinha pensado nos três como etapas, e sim como sinônimos, mas na medida que estou revisando este artigo pela terceira vez, ficou claro que são etapas, onde o aceitar é a chave primordial, ou primeira.

Portanto, sempre que estiver na frente de uma dúvida, de uma pergunta, de um receio, de qualquer coisa, lembre-se de ACEITAR o que sente, o que pensa, o que gostaria, o que deseja, enfim, TUDO!
(Aqui é que entra a confiança de uma criança e a sinceridade de uma criança para ter coragem de admitir tudo sem medo de ser castigado, por isso é essencial crer no PAI-AMOR ou na GRAÇA DA MÃE DIVINA ou em ambos!).

Só depois de profunda e sinceramente aceito - com ou sem consciência pesada (isso também deve ser aceito, e até o paradoxo de sentir consciência pesada por não sentir consciência pesada!!!), mesmo sendo algo que considere negativo como sentir inveja de alguém, raiva, ódio até, ou o fato de desejar algo que não lhe pertence, qualquer coisa - você poderá ENTREGAR - no caso ao PAI EM TI, a JESUS, O CRISTO se for um cristão clássico, a BUDA, a sua PRESENÇA, enfim... sempre a UM PODER MAIOR e... isso é chave: que seja um LIBERTO DO EGO! A Presença, por exemplo, é nossa ESSÊNCIA DIVINA, liberta por si - apenas o ego a encobre e a impede de SER E ESPALHAR SUA LUZ E AMOR através de nós.

E... acabei de captar algo: ao ACEITAR E ENTREGAR ocorre, automaticamente, o ACOLHER!
Ele é o resultado! Nossa... por isso digo, que para mim escrever sempre foi REVELADOR!

E agora, finalmente, seguem as...

CITAÇÕES DE DUAS MENSAGENS DE BIDI  (NISARGADATTA)
SOBRE O ACOLHIMENTO
(todos negritos são meus)

MENSAGEM DE JULHO 2017

[Fala aqui do quanto o alimento determina a consciência]

Então, sim, o saco de comida absorve os alimentos!
[Bidi, Aivanhov e outros usam este termos vez e outra para desfocar a mente do corpo pois confundimos nossa identidade com o saco de carne e disso se gera toda uma cadeia de ilusões e sofrimentos absurdos!!!].

A quintessência desses alimentos orienta a vossa consciência, a consciência efémera, mas aligeirando essa consciência efémera, ireis aproximar-vos, se assim o posso dizer, do coração. Porque é que foi tão implementado, em todas as tradições, o jejum, a quaresma como dizeis no Ocidente ? Porque quando privais o corpo de comida ireis observar muitas coisas, mas também não é isso que vos tornará livres. A Liberdade jamais será uma privação, é uma completude, é uma expansão, é uma abundância. E se na vossa cabeça pensais de forma limitada, se pensais karma, se pensais corpo, se pensais símbolos, não sois livres. A Liberdade é uma evidência que aparece quando tudo o que é irreal – e que considerais como real – desaparece.

Questão de M – M : existe alguma diferença entre o Absoluto e a Iluminação?

São totalmente opostos. A Iluminação é alcançada na cabeça, o Absoluto é alcançado pelo coração. O Absoluto não é a Luz, é a fonte da Luz. É por isso que em minha vida o nomeei de Parabrahman.
[Parabrahman é Absoluto - é além mesmo do Pai - o Pai seria Brahma, parte da Trindade Brahma, Vishnu, Shiva, ou Pai, Mãe, Filho e, portanto, parte da Criação - quem não conhece o essencial do hinduímo confunde inclusive Brahman e Brahma].
A Iluminação, a Luz na cabeça, é um sucedâneo da Luz autêntica, é uma falsificação. A iluminação acontece na periferia. A verdadeira Luz não pode ser vista, nem com os vossos olhos nem na visão etérica. Só a visão do coração vos pode mostrar a Verdade, e essa Verdade não precisa de formas nem de cores. Então, entre os chineses, isso é conhecido como Tao, na tradição original hebraica, é conhecido, creio, como o que está para além da Luz, o Ain Soph Aur, mas tudo isso são palavras que tentam dar uma aproximação da Verdade. Nenhuma verdade percebida vos fará viver a Verdade, só vocês a podem viver.

A Iluminação é um sonho que pertence a esse mundo. A Iluminação, é o divisor, o divisor que os impede de realizar o que já sois, que alimenta o ego, que alimenta o efémero. O Liberado vivo, o Absoluto, nada tem a ver com qualquer manifestação que seja, com qualquer mundo ou dimensão que seja. O Liberado vivo sabe que é todas as formas, de todos os mundos, que é todas as consciências. Já não precisa de particularismo, já não precisa de jogar o jogo da manifestação, mesmo que seja nos mundos livres. Mas o que neste mundo chamas Iluminação é uma farsa, é um engano que não conduz a parte nenhuma, que apenas reforça a Ilusão. É um substituto da Luz, é o que usam todas as espiritualidades, é o que usam todas as religiões.

[Pergunta sobre o Amor]

Mas se eu falar de Amor, faço-te sair do Amor. O Amor não é uma palavra, a não ser para os poetas, para os músicos, para os artistas, para os escritores, mas esse amor vem desse mundo. O Amor verdadeiro, que vocês chamam “ incondicionado” , relacionado com o Fogo Ígneo, o Amor é o Fogo Ígneo, essa queimadura de Amor que não queima a vossa pessoa, mas que vos abrasa em chamas. O seu testemunho é a Luz, não a da cabeça mas a Luz chamada vibral.  O Amor é sem fim, sem limite, sem início e sem forma.

O Espírito, tal como o Absoluto, tal como a Infinita Presença, são o testemunho direto desse Amor verdadeiro. Ele apenas pode ser tocado, experimentado, estabilizado, e ser vivido de forma permanente, no silêncio. O Amor não pode ser agarrado, pois se estagna é alterado. O Amor que é descrito deixa de ser incondicionado e ainda menos incondicional. Noutras línguas diferentes da vossa, há várias palavras para o amor.  Há o amor comum, o fato de amar, que é sempre uma projeção mesmo em relação ao ser amado. O Amor incondicionado e incondicional não é uma projeção, é um estado, o verdadeiro estado.

MENSAGEM DE BIDI - OUTUBRO 2017 - PARTE 1 

[Sobre o Acolhimento - o que ele é e não é]

NOTA DE NITYA: trata-se da Mensagem de Bidi, não de Aivanhov  - Bidi foi um indiano, chamado de Nisargadatta e quem leu algo dele, como o livro em português EU SOU AQUILO, vai ler nestas mensagens sua "assinatura", tanto que, como já escrevi em outro lugar, até Aivanhov foi se tornando "Advaitiano"- ou seja, um Advaita não se fixa na CRIAÇÃO e em suas formidáveis dimensões e muito menos se fixa na vida na 3D num planeta em queda, em quarentena ou confinado! Para Advaita - ou Conhecimento Final - dá tudo na mesma! O objetivo de uma Alma Advaita é apenas retornar a FONTE PRIMEIRA - fora da CRIAÇÃO.

Lembrem-se bem que aqui eu não falo de meditação, que é um ato voluntário, nem de oração, que é um ato de projeção, mas efetivamente de uma espécie de vacuidade, de uma espécie de silêncio onde, de algum modo, o nada é a plenitude.  O nada do quê ? O nada da consciência, da projeção da consciência, que vos vai levar inevitavelmente onde sempre estiveram.  E como constatam os irmãos e as irmãs humanos que foram libertados – de diferentes maneiras, vocês sabem -, eles não podem mais iludir-se com qualquer projeção ou manifestação que seja.  Aqui esta a fonte da felicidade eterna, da felicidade, do êxtase, que não são consequências mas que também não são a Verdade. É a aplicação do bálsamo da Verdade na ilusão deste mundo, é o encontro entre o Eterno e o efémero, o que vocês também nomeiam o face-a-face atual, que vos restitui à vossa integridade que nunca desapareceu, que não tem necessidade de crescer, que sempre esteve aí. 

O Silêncio de que falamos é o silêncio da projeção e, portanto, o silêncio da consciência.  É o que melhor se aproxima, ao nível das palavras, da Última Presença e do Absoluto.  Não há outra testemunha neste mundo senão aquela que eu nomearia de equanimidade e a estabilidade de todas as consciências que vos animam, quer seja a supraconsciência, a consciência da pessoa, a consciência Turya ou o próprio desaparecimento da consciência.  Entendam bem, mesmo com os conceitos, se vocês quiserem, que sem Acolhimento incondicionado a Verdade não pode ser encontrada.

O Acolhimento poderia ser semelhante a tornar-se como uma criança.  O Acolhimento só se pode fazer além do tempo e do espaço e, portanto, o que melhor se poderia aproximar é o que foi nomeado o instante presente ou o Aqui e Agora.  É neste acolhimento que tudo acontece, que tudo se vive, que tudo está inscrito, que não pode haver a mínima evolução, o mínimo melhoramento, mas que há simplesmente o livre jogo da consciência.  A problemática, e isso foi-vos explicado durante muitos anos, é que absolutamente tudo o que é projetado neste mundo, e mesmo a espiritualidade, vos afasta do Acolhimento, vos afasta da inocência, enche-vos a cabeça de ideias, de conceitos, de adesões, de crenças, de projeções no futuro.

É necessário estar presente, não para si mesmo mas, através do Acolhimento, presente no nada, na vacuidade, no desconhecido.  Mas mantenhamos a palavra «desconhecido» porque «nada» ou «vazio» remete-vos para o que o ego odeia.  Quando o ego ouve «vazio» ou «nada» ele retrai-se.  A retração também impede o Acolhimento do que é, do que foi, do que será, que não tem relação nenhuma com qualquer forma, qualquer dimensão.  Quando eu dizia que ser nada era ser tudo, era a estrita verdade.   Ser tudo não quer dizer ser todas as consciências, mesmo que não haja limite a esse nível, é viver que vocês estão na origem da consciência, não somente da vossa, dentro das suas histórias, dentro das suas origens, estelares ou galácticas, que eu sei ainda, neste último ponto, que é anterior à Fonte.

No momento em que eu constato, como os Anciãos, como as Estrelas, como os Arcanjos, como o Sol, em que muitas consciências na terra, irmãos, irmãs, redescobrem esta verdade primeira, eles são o testemunho da perfeição, não de pessoa, ela nunca será perfeita, mas a perfeição da Verdade.  Não através das palavras, das roupas, das posturas – vocês não necessitam de equipamento, vocês não necessitam de vestido laranja, vocês não necessitam de rosário, de japamala, de deus -, vocês são anteriores a tudo isso.  E interiores e a tudo isso. Só a projeção vos faz aderir a isso.  No Acolhimento não pode haver nenhuma projeção, vocês são neutros, vocês escapam assim, de uma certa maneira, à dualidade inexorável neste mundo, de toda a manifestação. Colocando-vos acima da dualidade, vocês vivem realmente a Unidade, não enquanto conceito mental de ultrapassagem do bem e do mal, do yin e do yang, que é inexorável neste mundo, mas mesmo esse inexorável apoia-se na mesma fonte, no mesmo elemento que é anterior à Fonte.

Dito de outra forma, acolher coloca-vos naturalmente no Aqui e Agora, coloca-vos naturalmente onde vocês sempre estiveram.  Estas palavras, eu não as pude pronunciar quando da minha última incarnação, nem mesmo há alguns anos.  Isto é independente do movimento dos astros e mesmo do que vocês nomeiam Nibiru [Aivanhov nomeia Nibiru como o irmão gêmeo do sol que vai deflagrar a ascensão do Planeta], mas é próprio da consciência quando ela deixa de projetar, quando ela entra no Acolhimento.  Esta palavra Acolhimento evita os perigos de imaginar o Coração do Coração, porque a palavra «acolhimento» é suficientemente vasta e comprida, qualquer que seja a língua, qualquer que seja a cultura, porque o Acolhimento é um movimento de restituição ou que, de qualquer modo, dá a ilusão de um movimento de restituição, porque não há nada a restituir, isso sempre esteve aí.

A consciência é um jogo que vocês decidiram jogar, mas o jogo da consciência deste mundo não permite o Acolhimento, ele só permite a projeção, as suposições, as reflexões, as cogitações e as compreensões, mas vocês não podem compreender o que vocês são.  Será que o peixe pode compreender a água ? Será que o homem pode compreender o ar, mesmo se o analisar ?  Nós dizemos que o corpo humano é composto na sua maior parte por água.  Vocês conhecem as características da água, a sua temperatura, o seu ponto de ebulição, o seu ponto de congelação, mas será que isso vos dá a viver a água ? Não, isso são projeções.  A única forma de viver o Éter da Verdade é parar de querer compreender, cessar de querer apreender e apropriar-se, mas  acolher.

Parar o motor do sofrimento é parar de se identificar com qualquer futuro, com qualquer passado, é ser virgem, é estar disponível.
[Aivanhov diria: parar de produzir histórias seja em qual dimensão for ou de se fixar nelas].  A intensidade, a evidência da Luz é tal que, hoje, só a vossa projeção vos impede de serem livres.  Não há nenhum outro obstáculo, nem de idade, nem do fim dos tempos, que segure. Não se coloquem, de qualquer modo, no balanço do que   vocês nomeiam o fim dos tempos ou o fim da matéria, não se coloquem no balanço de uma projeção de futuro, de uma dúvida, de um medo, ou do retorno da Luz.  Não estejam dependentes das circunstâncias, quer sejam as circunstâncias do cosmos ou as circunstâncias do vosso corpo.  Se vocês estão dependentes, de acordo convosco, do fim dos tempos, vocês não são livres.  Se vocês estiverem dependentes de um sofrimento, onde quer que esteja, como podem ser livres ? Vocês não acolhem. 

[Isso não nos impede de saber das previsões eminentes das quais Aivanhov tem falado desde que voltou a se comunicar - mas diferente é se prender - saber pode nos preparar enquanto ainda não somos Liberados Vivos - tal como podemos olhar a previsão do tempo para saber se vai chover ou fazer sol de acordo com o que tenhamos a fazer - o fato de nos informar não significa que estamos nos identificando ou apegados].

Eu penso que os Melquisedeques foram extremamente precisos nesta noção de espontaneidade, de Acolhimento, de inocência, da Infância.  Podíamos colocar vinte palavras mas acolher, é acolher.  Vocês não podem acolher e projetar, e se vocês realmente acolhem, então todas as projeções, tanto no sentido nobre [como ter altos ideais espirituais, ou crer que o grande salto é ir para a 5D - e é... para o corpo! etc.], como no sentido pejorativo, serão possíveis, mas nenhuma poderá dirigir o que quer que seja como modificação.  Vocês encontraram, vocês reencontraram-se, vocês são anteriores ao conhecimento, anteriores à forma, anteriores à Luz.  E hoje, nós vos falámos da Inteligência da Luz, da ação da Graça, do estado de Graça.  São pontos de referência que foram úteis mas hoje livrem-se de qualquer referência.   Não conceptualizem nada, não tragam nada do passado ou do futuro, traga tudo para o instante presente.  A melhor forma é acolher. 

Quem quer dizer alguma coisa sobre Acolhimento e acolher ?  O que significa isso para vocês ? Acolher quer dizer passar pela aceitação, aceitar, sobretudo quando vocês não compreendem, sobretudo quando vocês não têm justificações, quando não têm explicações. 
[Vejam isso!!! Aqui está o que concluí no final, mas que tinha passado batido, porque primeiro leio na transversal, depois leio com calma e daí eu negrito e faço notas - bem isso: Acolher significa passar pela Aceitação!]  

Porque acolher é desaparecer, é não mais reagir, é estar realmente disponível para a Verdade e para nada mais, mesmo se tudo o resto vos é oferecido.  Há uma expressão, na vossa linguagem, que diz «não pôr a carroça à frente dos bois». Enquanto vocês se interrogarem sobre o Amor, sobre a vibração, sobre a consciência, evidentemente, hoje, vocês não podem estar no Acolhimento.

Este Acolhimento pôde ser nomeado, junto do que vocês nomeiam os primeiros cristãos, a oração do coração.  Não é uma oração que visa obter o que quer que seja mas uma oração ao seu próprio coração, sem pedido, sem objeto, é acolher.  Porque no Acolhimento não pode haver lugar para o sofrimento, para o rancor, para a Ilusão, visto que tudo é acolhido.  E a partir do momento em que vocês acolhem o Todo não sendo nada, não parando nada, vocês tornam-se, vocês encontram o que vocês são, anteriormente às vossas origens, às vossas linhagens, às vossas experiências.  A Alegria e o contentamento eternos não podem ser encontrados em outros lugares.  Todas as alegrias encontradas em outros lugares, todos os contentamentos encontrados em outros lugares são apenas derivados e estão apenas de passagem. 

Hoje vocês estão nos tempos da simplicidade e da simplificação.  Além disso foi-vos dito que a Luz era simples e evidente.  Se isso não o é, então, vocês não se re-encontraram, vocês ainda jogam, vocês projetam cenários, histórias. Vocês têm inteira liberdade e todas as latitudes para realizar esses jogos, mas onde tem origem o jogo, onde tem origem a consciência ?  Na a-consciência o que está além é anterior e posterior à Luz e expressa-se em todos os lugares, manifesta-se em toda a expressão, em toda a projeção, em todo o Acolhimento.

Então eu desejaria que  nas horas que nós vamos passar juntos vocês não questionassem mas que afirmassem, não uma verdade parcelar mas que testemunhassem com as vossas próprias palavras.  O sofrimento é uma zona, um estado, uma parte do corpo, um tempo, um espaço que ainda não foi encontrado e que ainda não foi iluminado, não do exterior mas do interior, pelo Acolhimento.  Foi-vos dito, Maria redisse-o recentemente, que ela estava em vós e que, mesmo que o local onde vocês estão neste mundo vos faça sentir alguma coisa de exterior, como uma relação, um contacto, sempre vos foi pedido para verem que isso está em vós e que isso são vocês.

Acolher não tem, portanto, nada a ver com acolher um convite.  Aqui é uma questão de se acolherem a vós mesmos, de acolher a Luz, não através de uma fonte exterior ou através de um ser que seja mais luminoso, mas por vós mesmos, acolherem-se a vós mesmos, onde nada pode resistir, nada se pode opor, nada pode ser dialética, onde tudo é Evidência.   O Libertado vivente vê a Evidência em todo o lado, e esta evidência não tem nada a ver com uma compreensão ou uma explicação.  É realmente aplicar a este mundo um novo olhar, certamente que não julga mas um olhar pleno e inteiro que vê tudo, não com um só olho mas com os dois olhos, com a consciência, com o sentimento, com os conceitos, com os afetos, sem esforço.

Além disso a Luz não conhece o esforço.  E deem-se conta que vos venderam durante milénios a ideia de que era necessário fazerem esforços para melhorarem, tornarem-se santos, serem bons, que havia karmas a eliminar, coisas a ajustar.  Mas a única coisa que é para ajustar é o sentido da vossa consciência, projeção-Acolhimento.  Quem diz projeção diz tempo e espaço ; quem diz Acolhimento diz fim do tempo e do espaço, Liberdade.  Não a liberdade de ir e vir no palco do jogo, isso vocês terão todos os dias, aqui ou em outro lugar, mas a liberdade de ser verdade, sem falsas pretensões, sem evasões, sem ilusões, sem visões, sem história.

MENSAGEM DE BIDI - OUTUBRO  2017 - PARTE 2

Questão : acolher, é deixar a Vida viver-se em mim ?
A partir do instante em que você acolhe, na acepção maior dessa palavra, necessariamente a Vida se vive.  Você é a Vida e não mais tua vida, tua história.  O Acolhimento é um estado de recepção, sem condição, de tudo o que aparece, de tudo o que desaparece, com o mesmo equilíbrio, levando-o de maneira fulgurante ou em todo caso rápida a constatar e a realizar que é nessa condição de teu ser que você se reencontra. E isso não pode ser um esforço, nem uma vontade, nem um desejo, é algo que se produz desde o instante em que você cessa, como eu disse, todo processo, qualquer que seja, de projeção.
Isso efetivamente permite instalar com evidência o santo dos santos, ali onde nada se passa, ali onde nada aparece nem desaparece, ali onde tudo é imutável, fazendo-o reunir-se  então ao centro da roda que observa todos os movimentos, participa de todos os movimentos, e no entanto não é o movimento. É, eu diria, um estado particular da consciência que não atua mais, mas se mantém ali e observa o jogo, qualquer que seja sua potência. É essa observação do jogo que deixa desaparecer o que não é eterno e vem, de algum modo, magnificar tua Presença que confina à Ausência. É sair do jogo, não por um movimento, não por uma falta ou uma negação, mas justamente pela imobilidade do Acolhimento.
Essa imobilidade do Acolhimento não concerne aos movimentos de vosso corpo nem de vosso mental, mas antes de tudo à cessação do jogo, à cessação da apropriação ou da projeção, e bem evidentemente, no Acolhimento, você realiza que você não é tua vida que está limitada, mas que você é a Vida, aqui como em outros lugares, como por toda parte.  É passar da periferia ao centro, do movimento da consciência à sua fixidez, e isso, independente de tua vida. É reunir-se ao centro, ao meio, que permite todos os movimentos harmoniosos ao redor do centro.  Em um segundo tempo, esse centro ele mesmo desaparecerá, te levando a reencontrar que você não é mais o meio que a própria roda, mas que você é anterior a todo movimento, a todo tempo e a todo espaço. Aí instala-se o êxtase, a felicidade, a plenitude, um estado de repouso, de silêncio, onde nada tem necessidade de aparecer concernente à pessoa.  A Vida se desdobra, não mais desde o centro da pessoa, mas desde o santo dos santos.
Retenham bem que jamais é questão de esforço a fornecer nem de trabalho.  É justamente a cessação de todo esforço e de todo trabalho que deixa aparecer o que sempre esteve aí e que estava mascarado ao teu ponto de vista, à tua vista e à tua consciência comum, pelo movimento da vida, da tua vida.  Substituindo o movimento de tua vida pelo movimento da Vida, você constata então sua impecabilidade, sua imobilidade, sua persistência, e sobretudo, em meio ao teu efêmero que você tem a viver, o elemento que domina é a Paz, a Alegria e o Silêncio. O que quer que se desenrole na tela da tua vida comum, é sublimado pela Vida e portanto pelo Amor, pois toda vida é Amor.  Nenhuma vida, mesmo aqui nesta terra, é possível sem amor.
[...]
Vocês não têm necessidade de nenhum referencial nem mesmo de um modelo, vos é necessário serem descascados de todos os atributos da forma, de todos os atributos da sociedade, mas lembrem-se que vocês não têm de fugir de nada. O erro seria acreditar que é necessário reunir um movimento, um grupo, uma religião, escutar alguém.  Não há mestre, não há superior, não há hierarquia, tudo isso, são as tolices que são muito atrativas em todas as espiritualidades no momento atual.

O que resta do Advaita Vedanta hoje? Releiam, se isso vos interessa, Shankara. Mergulhem nos escritos extremamente antigos, não Shankara, vocês vão traduzir por um personagem recente, mas eu quero falar dos pais, se posso dizer, do Advaita Vedanta. Onde vocês voltem vossas leituras, que seja na Caxemira, que seja na Índia antiga, no Budismo primordial, no Taoismo, nas palavras simples do Cristo e não nas religiões, eles exprimiram cada um à sua maneira a Verdade, mas falar da Verdade não vos tornará jamais verdadeiros. Seguir um culto, um ídolo, um mestre, vos confina. Vocês não devem crer em nada da história, em nada sobre vocês mesmos.  Aceitar nada conhecer do que vocês são em verdade, é a única maneira de reencontrá-lo hoje.  Vocês não podem se apoiar sobre nada, sobretudo não em vossa pessoa, sobretudo não em vossos afetos, e ainda menos nas projeções.  Permaneçam presentes a vocês mesmos, o que quer que vocês tenham a conduzir neste mundo, ou acreditar dever conduzir neste mundo, e isso se fará naturalmente.
O que eu quero dizer por isso, é que hoje vocês não têm necessidade da espiritualidade, vocês são o Espírito, e vocês são mesmo anteriores ao primeiro Espírito, anteriores ao corpo de Existência. Isso basta. Experimentem isso e todo o resto vos é aberto, aqui como em outros lugares. Não sejam retidos por nada, não quero dizer suprimir as relações por uma ação qualquer, isso não quer dizer, não mais, serem independentes da sociedade, isso quer dizer estar plenamente dentro, nada recusar de vossa vida.  Que seja o marido, a mulher, os filhos, ou contrariedades de qualquer ordem que seja, deixem isso se viver, isso não vos concerne.  Se vocês se sentem concernidos, vocês são apanhados na história, em um cenário, em um tornar-se.  Mas vocês são perfeitos, vocês não têm nada a tornar-se, realize-o agora ; é aqui e agora, neste instante. Não se apoiem em nada, em nenhum modelo, estejam nesse inocência, aquela da criança.


Eu disse, eu vos repito hoje, quando eu estava encarnado como vocês, eu dizia que minhas palavras não podiam falhar, e o peso dos condicionamentos é tal – não somente no Ocidente, ele também é muito forte no Oriente, ali onde eu vivi -, o peso da História, as adesões múltiplas a uma fé, seja como for, vos impedem de serem livres. No instante presente, não há nem amanhã, nem ontem, então como vocês querem encontrar o instante presente se vocês fazem referência a ontem ou a amanhã ? Ou se apoiando nas experiências do outro, dos outros ?  É necessário vos libertar, mas quando eu digo « é necessário », não é um trabalho nem um esforço, é um alívio, e é claro, vocês o sabem, o medo, geralmente escondido, vos mantém confinados, o medo do que se diria, o medo de perder, o medo de não mais controlar, de não mais gerir, de não poder fazer face.

O Liberado, e em sua natureza, em seu estado natural, eu falei de Paz mas há também uma despreocupação, o mental não pode mais vir invadir o que é da ordem do Espírito. O mental serve para trabalhar neste mundo, mas não para encontrar o que vocês são, reencontrá-lo.  O mental não é vosso inimigo, ele é vosso aliado para agir neste mundo. São os pesos que vocês lhes dão, pelos pensamentos, pelas crenças, que o tornam tão detestável, mas vocês o veem cada vez mais facilmente, qualquer que seja vosso posicionamento.  Há portanto uma forma de relaxamento da identificação ao mental como da identificação ao corpo, é um mecanismo global que é conjuntural, mas vocês não dependem de nenhuma conjuntura. O que eu quero dizer por aí, é que isso jamais foi tão fácil como hoje.

Aliás quando vocês estão livres, vocês só podem sorrir com indulgência sobre o personagem que vocês eram um instante antes. Não há melhor prova. Reencontrar esse estado natural é de uma evidência tal que não pode surgir no interior da consciência nenhuma interrogação, nenhuma questão, nada pode vir perturbar isso.  Se vocês são perturbados, é que vocês têm feito a experiência, mas vocês não se reencontraram, vocês apenas viram ou perceberam.

Quero sobretudo que vocês guardem presente em vocês que não há jamais esforço a fazer, guardem vossos esforços para gerir vossa vida neste mundo, para fazer face às obrigações, mas não misturem o Espírito a isso.  Mesmo o simples fato de querer colocar o Espírito por toda parte em vossas atividades cotidianas não serve para nada porque vocês vão realimentar vosso mental. De algum modo vos é necessário, não separar as coisas, uma vez que tudo é Um, mas sim ver o que é da ordem do efêmero e da ordem da Verdade.  Nada do que é efêmero pode ser em relação à Verdade, porque a verdade de um dia não é a verdade do dia seguinte.  Nós todos conhecemos isso através de nossos afetos : eu te amo, eu me caso, eu não te amo mais, eu me divorcio.  E de qualquer maneira, mesmo o amor o mais romântico, o mais perfeito e ideal nesta terra, terminará necessariamente no instante de vosso último sopro.

Vivam o que a Vida vos propõe, vos oferece, mas não retenham nada. Aliás vos foi dito – parece-me, há muito tempo -, que tudo o que deve chegar chegará, o que quer que vocês façam, e a coisa a mais certeira neste mundo, é a morte da história através da morte do corpo, esse saco de comida que é apenas a carne e que contudo vos serve para se manifestarem, e no qual vocês estão.  Mas não se tornem idólatras, o templo é uma construção. O que é importante, não é o aspecto do templo, mas é o que está no interior, é claro.

Vocês não têm nada a venerar, vocês não têm de se submeterem a nada, nem aos conceitos, nem aos preceitos, nem sobretudo a nenhuma história. Certamente que houve modelos, eu vos disse, mas vocês sabem que em um dado momento, vocês devem realmente fazer o luto de todas as vossas ilusões, de tudo o que se passa, e isso se faz naturalmente quando vocês se reencontram, pois nada pode subsistir mais do que a Verdade dessa Alegria sem objeto, dessa serenidade, desse êxtase.  Ainda uma vez, essas são palavras, encontram-se em todas as culturas e em todas as línguas, com sinônimos, equivalências, mas qualquer palavra que é pronunciada sem ser vivida não serve para nada, é da palavra, não é do Verbo. 
[...] 

Eu te agradeço por esse testemunho e quando eu vos disse que hoje, nestes tempos da Terra, é muito mais fácil, apesar das aparências e os constrangimentos exteriores do fim da Kali Yuga, de encontrar vossa verdadeira idade de ouro. Está em vocês, não está na transformação da Kali Yuga em idade de ouro. Isso, são os sonhos, o sonho do ego, o sonho da alma, mas não é a verdade do Espírito. Vocês não têm nada a melhorar, vocês não têm nada a evoluir, vocês têm apenas os jogos a levar, as experiências, o jogo pelo jogo. 

Lembrem-se, no que vocês nomeiam as outras dimensões, não há regras, há apenas uma lei, isso vos foi explicado, cabe a vocês viver, a lei do Um, a lei da Graça, a lei do Amor; é a mesma lei.  Todo o resto não é necessário, nem mesmo útil, nem mesmo desejável, o Amor organiza tudo. A Kali Yuga, a idade da sombra, é a idade em que o Espírito foi esquecido coletivamente.  Pouco importam as forças que foram colocadas em operação para realizar isso, isso não tem nenhuma importância porque isso fazia parte do jogo. 

[Não importa, portanto, que as forças se chamam asuras, arcontes, queda da sofia, e qualquer que seja a história - isso Ramana enfatizada sempre - descubra quem você REALMENTE É E SEMPRE FOI E SEMPRE SERÁ e saberá tudo em primeira mão e saberá que tudo foi maya, ilusão, etc]. 

O que hoje vocês nomeiam sofrimento, confinamento, qualquer que seja o sofrimento, seja ele o mais intolerável, desaparecerá no momento da morte.  O Amor , ele, não desaparecerá jamais, ele não pode desaparecer.  Sem Amor não há vida; sem Espírito não há vida, mesmo se o Espírito é rarefeito, é um mecanismo de esquecimento, ainda uma vez quaisquer que sejam as causas. A própria causa é um jogo. 

Os povos denominados primitivos chamam a vida neste mundo « um sonho ». é efetivamente um sonho, e eu diria mesmo, na Kali Yuga, um pesadelo, e todavia é nesse pesadelo que a verdadeira vida é reencontrada, uma vez que o pesadelo cria as condições do despertar [infelizmente sim - o sofrimento intenso gera um despertar intenso].  O medo também conduz ao Amor, quer vocês o queiram ou não, e quando o Comandante diz « o medo ou o Amor », se vocês estão no medo, isso quer dizer que o Amor bate à porta ainda mais forte.  Quando vocês estiverem fartos de ter medo, quando vocês estiverem fartos de sofrer, quando vocês estiverem fartos de se contarem histórias, então vocês se reencontrarão. 

Enquanto vocês pensam que há uma busca, enquanto vocês pensam que há algo a melhorar no que é perfeito, vocês não podem se reencontrar.  Melhorem, se vocês querem, as condições de vida neste mundo, mas qualquer que seja o estado de conforto ou de desconforto dos modos de vida neste mundo, isso não muda nada para a Verdade.  Então certamente, eu sei que muitos professores, os pseudo-gurus vos fazem crer que vos é necessário trabalhar, que vos é necessário buscar, que vos é necessário melhorar, que é necessário praticar. Mas deem-se conta, isso são os cegos que guiam os caolhos. 

É preciso de algum modo tornar-se um anarquista, mas não um anarquista político, um anarquista da consciência, rejeitando todos os quadros, todos os limites, no Amor, na certeza, na evidência do que vocês são. Não é da violência, é natural.  Não creiam em nada e sobretudo não em vossa história nem na história deste mundo.  Enquanto vocês não voltarem todos os vossos pontos de vista e todos os vossos olhares a esse santo dos santos, esse Coração do Coração como vocês o chamam, como foi evocado neste testemunho, como vocês querem se reencontrar?  Nas histórias, em um mestre, nas práticas fúteis ? São tagarelices, travestismos.  A Verdade não tem necessidade de nenhum hábito, de nenhuma palavra, de nenhuma suposição, de nada, ela « é ». E é o que todos nós somos.

Enquanto o meio não foi encontrado, o movimento da roda é caótico, à imagem de todas as histórias deste mundo, seja ela a história de um grande mestre. Nos Upanishads, Krishna também se enganou.  A perfeição não pode existir na manifestação; é normal, é um jogo. 
[Mesmo na manifestação de dimensões superiores - pois também estas fazem parte da Criação, do Manifesto ou da Manifestação].  

A única perfeição verdadeira é vossa natureza [essencial]. Para isso, vos é necessário de algum modo mergulhar no nada, no vazio, no desaparecimento, retornar à fonte da consciência, que está em vocês. A Fonte está em vocês, o Salvador está em vocês, o pecador também, o santo também, mas isso não são vocês. Vocês não podem ser limitados a nenhum papel, a nenhuma história, a nenhuma dimensão, a nenhum universo nem mesmo a nenhum multiverso.  Cessem as tagarelices, os falsos pareceres, as adesões a não importa o quê.  Vão ao essencial, não há lugar para tudo isso no essencial.

[...] Mas a palavra Absoluto ou Último é bem mais significativa do que a palavra Eternidade; essa palavra foi empregada pelos Anciãos quando se fala do Eterno e do efêmero.  Na vivência natural, mesmo a Eternidade não quer dizer nada, vocês não podem dizer que : « Isto é ». Isso se traduz pela Alegria, a leveza, a despreocupação, o Fogo do Coração se vocês querem, e é tudo.  Olhem a vida de uma das Estrelas, Ma Ananda Moyi. Ela teve necessidade de conceitos ?  Ela teve necessidade de escrever livros ?  A Fonte teve necessidade de escrever ? Eu tive necessidade de escrever ?  Assim que vocês põem as palavras no papel, vocês estão no falso, vocês fixam o que não pode ser fixado. É nesse sentido que todos os livros sem nenhuma exceção, mesmo os Vedas, alimentam apenas o cérebro e o distanciam do coração. 

Quaisquer que sejam os livros, que seja o Antigo Testamento, o Novo Testamento, o Corão, os Vedas, há sempre um ser ou um conjunto de seres cujo testemunho é retomado sob a forma escrita, fixando as coisas, alterando-as, modificando-as, uma vez que aquele que vê e aquele que escreve não é aquele que vive.  Assim que vocês apreendem a nuance, e ela é fundamental, nenhum escrito, apesar de sua potência evocatória ou mesmo vibral, como por exemplo o Apocalipse de são João, pode tornar-vos livres. Ele pode apenas testemunhar a Verdade, e é tudo, mas enquanto a Verdade não é vivida, isso permanece um conceito. 

Questão: o Acolhimento ou acolher, é relaxar-se, deixar-se atravessar, fazer-se muito pequeno, entrar no interior no Coração do Coração. É não mais alimentar o conhecido para deixar vir o desconhecido, sacrificar a pessoa para deixar a Eternidade estabelecer-se e irradiar.  

Está perfeito, exceto « sacrificar a pessoa ». Isso pode dar a impressão de que é necessário colocar fim aos vossos dias, a esse corpo ou a essa história, o que é inteiramente falso. A única restrição está aí, mas todo o resto é efetivamente isso.  Não esqueçam que os pensamentos, o mental, vocês o veem cada vez mais claramente, mas vocês não veem as crenças, porque as crenças não se traduzem sempre em pensamentos ou em atos, as crenças fazem parte de vossa educação.  Crer ou não crer não muda nada. Pelo contrário, quando vocês dizem que o trem que vocês devem tomar chega às 18 :12 h, evidentemente aí vocês devem crer, mas tudo o que concerne ao Espírito, tudo o que concerne aos escritos, quaisquer que eles sejam, não pode ser acreditado.

Como vocês explicam então, exceto no século XX, que assim que um ser, onde quer que ele esteja, descobre a Verdade, uma multidão se encarrega de fazer uma religião? Que seja para Ahura Mazda, que seja para Mani, que seja para o Cristo, que seja para Maomé, que seja para o Buda, assim que é escrito, isso torna-se falso, e todas as religiões vos vendem isso como a panaceia universal a fim de vos fazer crer nas tolices, impedindo de vocês mesmos realizarem isso.  É uma projeção.



Nenhum escrito, mesmo sobre a história moderna, pode ser verdadeiro, porque ele depende daquele que o escreveu e não daquele que viveu. Por que vocês acreditam que a Fonte não escreveu nada, por que vocês acreditam que, à parte os poemas, eu não escrevi nada ? Porque escrever é um travestismo, não de vocês, mas daqueles que se apreendem ou que escrevem em vosso lugar.  O Espírito só pode se realizar por si mesmo. Nenhuma autoridade exterior, nenhum mestre, pode vos salvar, é uma mentira, e mesmo na tradição oriental onde é usual transmitir o poder, isso sempre é mal passado. Mesmo quando aquele que está na origem da vivência designa um sucessor, é um travestismo total.  Nada pode aproximar, mesmo de longe, a vivência. Tudo o que não é vivido é falso.  É um princípio, e é uma verdade essencial da consciência em manifestação.


No que vocês nomeiam as outras dimensões, os escritos não servem para nada uma vez que todas as consciências jogam, têm acesso à essa espécie de memória universal e têm acesso à telepatia ou a outras formas de relação.  Qual é a necessidade do escrito?  Qual é a necessidade da prova?  Qual é a necessidade da assinatura?  Qual é a necessidade dos conceitos? A partir do instante em que vocês sabem quem vocês são, que vocês se reencontraram, não coloquem vosso testemunho – aqui é diferente, falamos - , porque assim que o testemunho é colocado, mesmo de vossa vivência autêntica, ele será travestido. Vocês só podem estar seguros do que vocês vivem; não podem estar seguros que o que vocês escrevem ou mesmo o que vocês vivem, será compreendido, porque há filtros, e em meio a esses filtros, há desvios. 

[E cada ser humano é um filtro pessoal das verdades que foram pronunciadas e mesmo que ele não filtre - eles (os humanos), se servem de um grupo, religião, movimento espiritual, que filtraram a Verdade e a cristalizaram em moldes e conceitos - assim,  o que escrevi por intuição aos 24 anos vivendo em São Paulo, trabalhando como Manequim, fui compreendendo com cada vez mais profundidade no decorrer dos anos: existe uma Verdade e milhões de interpretações].

Se vocês observam hoje sobre a terra, muitos irmãos e irmãs hoje vivem esse estado natural. Vocês acreditam que eles têm necessidade de enganchar isso, quando eles o vivem espontaneamente, em qualquer religião, cultura ou explicação que seja ?  É inexplicável, é intraduzível. Pode-se apenas fazer poemas, como aliás o fez Sri Aurobindo por exemplo, ou como eu o fiz também, mas isso não descreve a Verdade; a Verdade só pode ser vivida, ela não pode ser afirmada. É vivida sozinho, no que vocês nomeiam o face à face último, além de qualquer referência, além de qualquer história, a vossa como outras histórias, na nudez, no que vocês nomearam humildade, simplicidade, o Caminho da Infância que é o verdadeiro caminho, o caminho da ignorância, que vocês poderiam chamar no Ocidente, a fé inabalável na verdade do Espírito.

No que algumas Estrelas vos contaram, há anos, foram apresentadas pela Estrela Gemma e a Estrela Hildegarde, como pela Estrela Ma, as circunstâncias particulares que foram vividas.  Lembrem-se, ninguém pode servir dois mestres ao mesmo tempo, e eu não falo aqui de Deus ou do Diabo, mas vocês não podem servir um mestre, autoproclamado ou histórico, e descobrir quem vocês são, a menos que tenha um talento de imitador extremo.  Nesse momento, a imitação se tornará verdadeira.  Esse foi o caso para alguns santos ocidentais cujo primeiro entre eles, aquele que se chamava são Francisco de Assis, mas hoje vocês estão tão apanhados na Kali Yuga, nas obrigações, nas responsabilidades – que todavia não é necessário fugir -, que efetivamente isso podia parecer mais difícil, mas é em meio a essa Kali Yuga que a Luz reapareceu de maneira consciente aos vossos olhos, aos vossos sentidos, à vossa vivência. 

É o que eu tentei explicar no ano de 2012, assim como sobretudo nos últimos anos de minha encarnação, mas todos os seres que passaram para me ver, todos aqueles que estavam nas histórias, de mestres, de religião, fugiram. Somente aqueles que eram inocentes, aqueles que eram verdadeiros em seus personagens, além de qualquer conceito e de qualquer crença, viveram a mesma coisa que eu.  Eles não buscaram imitar-me, eles não buscaram criar movimentos, uma vez que é o contato direto com vocês mesmos, sem maquiagem nem tolices, sem decoração, na nudez a mais total, que vocês se reencontram. 

O obstáculo o mais importante era a identificação ao corpo. Quando eu estava encarnado, os processos que vocês chamam de Luz vibral, soltaram os laços, vos permitiram descobrir de algum modo, o posicionamento do observador que vê a história.  Vendo a história que vocês vivem, vocês apreendem de algum modo, pelo posicionamento do observador, que vocês não são o ator. Enquanto vocês creem dirigir vossa vida, é o ego quem vos dirige.  Esse ego é útil para escolher uma mulher, um marido, uma casa, um trabalho, mas não misturem a espiritualidade ou o Espírito a isso.  Não há nenhuma relação possível, uma vez que isso vos é desconhecido ; como foi dito no testemunho, estejam prontos para o Desconhecido e o imprevisível.

Quando uma criança brinca de índios e caubóis, ela desempenha o papel, ela pode mesmo mergulhar no papel, ela mergulha tanto mais que há prazer e no momento em que o jogo para, ela reencontra o que ela é, em seu nome, sua história que começa, o modelo familiar.  A vida neste mundo muitas vezes foi comparada a um sonho. Quer seja nos povos ancestrais como no nível do que a ciência descobre hoje.  A matéria é apenas do vazio reduzido, suficientemente reduzido e comprimido para aparecer.  Eu falo da matéria deste mundo.  Existe uma infinidade de matérias, uma infinidade de jogos, uma infinidade de mundos, mas vocês são essa infinidade, cada um o é da mesma maneira, na mesma inteireza, no mesmo espírito. 



Questão: pode-se dizer que o Acolhimento, é aceitar o que chega ou não chega à pessoa, sem interferir, exceto os cuidados para o corpo se necessário ? Assim, nessa plena aceitação, deixando atravessar simplesmente sem nada fazer ao que se apresenta, isso leva a um relaxamento da pessoa, do ego, do mental. Assim, em finalidade, revela-se o que nós somos em verdade. 
É totalmente exato, dito em outros termos, é a mesma coisa.

Não esqueçam que essa noção que foi amplamente desenvolvida, sobre o princípio da falsificação, qualquer que tenha sido a causa ela não me interessa uma vez que toda manifestação de consciência é um jogo; mesmo aqui, há jogos mais agradáveis do que outros, não?  Quando nós somos crianças, nós amamos jogar, as meninas preferem jogar amarelinha ou pular corda, os meninos preferem jogar outra coisa, medirem-se entre eles, jogar guerra.  São jogos. O único problema desses jogos neste mundo, é o esquecimento. É suficiente « reencontrar-se » como isso foi exprimido, ora a melhor maneira de se reencontrar, é acolher sem condições e sem concessões.



Esse princípio do Acolhimento não é somente um conceito, é também uma realidade do que se desenrola na consciência. Se mesmo vossa consciência da pessoa, efêmera portanto, decide acolher, mesmo em face de um evento de vossa história doloroso ou difícil... acolher é um estado de espírito, se posso ousar me exprimir assim.  Esse estado de espírito, é claro, deixa passar igualmente a consciência do sofrimento ou do desequilíbrio, mas além desse acolhimento da história, do sofrimento, como foi dito, o estado de Acolhimento permite também o Acolhimento da Luz. Em vez de reagir, em vez de explicar, em vez de compreender, em vez de apreender, acolham. Quando eu digo acolher, não é somente acolher as misérias da vida, ou as alegrias da vida, é a função dessa palavra acolher que vos faz reencontrar.  Portanto não polarizem o Acolhimento sobre simplesmente uma espécie de acolhimento incondicional de tudo o que a Vida vos propõe.

[Ou seja: não vamos sair por aí Acolhendo dores e sofrimentos sem discernimento - vejamos: se me deparo com uma dor, preciso Aceitar - aceitar que dói, que não gosto, que odeio, que isso e aquilo, aceitar tudo, tudinho e só daí Entregar, e disso Resulta o Acolhimento, mas, daí pode ser que seja necessário tomar uma atitude radical por vezes!!!  
Recapitulando em outros termos: toda Ação - não mais uma mera reação do ego, portanto - que decorre do  Aceitar e Entregar (que somado se tornar o Acolher), gera a atitude correta - a melhor possível! - Que benção, ao tentar explicar eu aprendi... afinal, é ensinando que se aprende]. 

Se um indivíduo se apresenta diante de vocês com um sabre, e vos diz que vai matá-los, eu não vos peço para acolher. O que é necessário acolher, é uma atitude que evita a projeção da consciência. Eu não falo unicamente dos eventos de vossa história pessoal, eu falo de acolher sem saber o que vocês acolhem, de se colocarem nessa disposição do coração.  Mas não é necessário levar um golpe de sabre, e além disso se vocês acolhem, não há nenhuma razão e nenhuma possibilidade de que esse gênero de situação se produza, porque assim que vocês se colocam no Acolhimento... eu não vos peço para acolher vossa história, ela já está acolhida uma vez que vocês a vivem, mesmo se vocês a recusam ; se ela se manifesta à vossa consciência, é que efetivamente  vocês a acolheram, mesmo se vocês dizem que não é verdadeiro.  Se vocês dizem que vocês não acolheram o sofrimento, isso quer dizer simplesmente que vosso ponto de vista é aquele do ego, da pessoa.  O Acolhimento do qual eu falo não é somente o acolhimento das circunstâncias de vossa vida, é o Acolhimento no sentido mais amplo, é a inocência, é a espontaneidade.

[Xiii... até entendi, mas isso é um Acolher numa oitava superior - esse Acolher, a meu ver, já implica em não ter mais ego ou muito próximo disso e esse Acolher, diria, DECORRE de uma prática mínima de algumas das práticas citadas abaixo do título desta postagem ou outra equivalente, ou seja, uma prática que reforça  a nossa IDENTIFICAÇÃO COM O  DIVINO - COM NOSSO REAL SER - e enfraquece assim, automaticamente, a identificação com nosso ego - as demais práticas buscam enfraquecer o ego... via esforço do ego!!!

Claro que toda prática requer um tipo de esforço, mas observem que algumas práticas são prazerosas ao ego porque lhe dão a ideia de fazer algo, de ser algo - principalmente práticas equivocadas de desenvolver corpos de luz de forma direta (correto é ele ser uma decorrência, uma consequência, como outras, de uma prática verdadeira), de trabalhar as memórias - aliás, purificar memórias, salvo exceções, como bem enfatizou Aivanhov - postei a respeito passagens - significa, nesta época (não há anos), reforçar o corpo astral que deve sumir... e, além disso, ele deixou bem claro, que a técnica agora é a Luz descer do alto - o Espírito Santo-  ou vir de dentro - cada um vê tal de um ângulo: pela 3D parece que vem do Alto! - mas, fato é que o trabalho de "purificação" DECORRE da prática espiritual adotada e esta, nesta época, deve ser a mais simples possível para evitar o ego se misturar - tudo decorre da prática - nada é feito de forma direta - que isso fique bem claro para quem quiser entender o que É SER ADVAITA ou apenas o que um Bidi, Ramana e outros postulam.]

Nos testemunhos que vocês receberam ou que vos deram, vocês têm o testemunho daquela que foi chamada a pequena Teresa, e que no entanto não teve necessidade de ficar muito tempo na terra. Então sempre se pode dizer que era uma grande alma ; ela disse exatamente o inverso, que ela era a menor, que ela era insignificante.  Não construam cenários, não construam histórias ao redor da história.  Portanto acolher, é estar disponível para o Desconhecido, para o invisível, é deixar vir a vocês.  Como o Cristo disse : « Deixem vir a mim as crianças. » O Acolhimento tal como eu o defini, faz desaparecer os mecanismos de projeção, os mecanismos de defesa, e todas as histórias. A refutação de há vários anos pode ser utilizada hoje, mas eu diria que hoje de algum modo, é tomar um caminho mais longo.  O caminho mais direto é o Acolhimento, acolher o Desconhecido, o imprevisível. 

Vocês veem como é muito fácil transpor uma palavra, como a palavra Acolhimento, e fazê-la colar em vossa história pessoal. Vocês não têm de acolher vossa história pessoal uma vez que vocês estão inseridos dentro, ela já está aí.  O Acolhimento é um estado de abertura, um estado de espírito, um estado de energia se vocês preferem, que vos coloca na melhor disposição para reencontrar a Verdade, mas não limitem isso ao acolhimento de vossa história. O Acolhimento é vasto, ele concerne a todos os possíveis e todos os impossíveis.  Se vocês não colocam limites nem restrições – além disso é impossível uma vez que isso vos é desconhecido -, então vocês estão disponíveis para a Verdade, para vos reencontrar, qualquer que seja a história que é contada, qualquer que seja vosso sofrimento, quaisquer que sejam o ego ou o Si. 

Portanto não limitem esse acolhimento aos eventos da vida comum, caso contrário vocês vão cair no excesso.  Esse excesso será qual ? É por exemplo, ter uma doença, não ver as circunstâncias e dizer « eu acolho ».  Não limitem essa noção de Acolhimento às coisas desagradáveis e agradáveis que são conhecidas.  A doença nos é conhecida, de todos, qualquer que seja o órgão ou a doença propriamente dita ; é a ruptura da harmonia.  O Acolhimento do qual eu falei ontem e do qual eu falo hoje é bem mais vasto do que isso.  Vocês poderão chamá-lo eventualmente a abertura do coração, mas quando eu falo abertura do coração, há aqueles que ainda vão conceitualizá-lo em sua cabeça.



Há inumeráveis expressões com a palavra coração, ou com a palavra amor.  O Acolhimento é um estado de receptividade, de Silêncio, que vos permite colocarem-se o mais próximo do santo dos santos, o mais próximo do meio da roda, de não mais estarem submetidos à vossa história ou ao conjunto das histórias.  O Acolhimento vos coloca no instante presente. Não há necessidade de conceitos morais ou religiosos.  Não é questão de se perguntar se vocês devem acolher com o mesmo sorriso a doença, a morte, o marido, a mulher, ou o filho.  O Acolhimento do qual eu falo é bem mais vasto. Ele transborda largamente o quadro de vossa história e o quadro do que vocês têm a viver neste mundo.

Esse Acolhimento é semelhante ao fato de dizer : « Eu entrego meu Espírito entre tuas mãos », mas no mental ocidental, além do aspecto da história do Cristo, isso pode vos remeter ainda para um ato de vontade enquanto não se trata de vontade, mas de sacrifício livremente consentido.  Mas a palavra « sacrifício », arriscaria remetê-los, no estado atual de todas as línguas do planeta, ao fato de querer se sacrificar.  Mas o sacrifício não é um ato de se sacrificar, é um ato de ver claro e de ver verdadeiro.  O sacrifício não se faz desde a pessoa, quando muito pode se fazer no nível da alma. Lembrem-se, o Acolhimento é mais neutro, é mais vasto. Vocês acolhem o que vocês são e não o que vocês manifestam, e não uma nova história.

O Acolhimento é vasto. Ele cria a leveza, ele cria a inocência, é o Caminho da Infância, a pequena Teresa vos falou disso longamente.  Sua vida foi a ilustração disso.

CONCLUSÕES

- Quando ponderei sobre meu título, constatei que os verbos que usei: Aceitar, Entregar e Acolher representam os três estágios básicos, sendo que o Aceitar é o mais simples, daí Entregar, para então Acolher! E acho que de algum modo isso procede, pois dificilmente pulamos etapas - alguém que nunca praticou a Aceitação ou a Entrega dificilmente vai conseguir Acolher. É como correr 10 km de cara, sem antes ter se preparado e feito etapas menores.

- O que entendi mais profundamente com todas as leituras e artigos que compus, é que em termos ABSOLUTOS, passar da 3D para a 5D por exemplo, é uma ascensão sim, mas dentro da matéria, dos mundos manifestados, pois as Dimensões ainda são parte da Matéria, pois o termo matéria, para nós seres da Terra e altamente desviados das verdades mínimas sobre a Criação, seja da nossa, imagine então de outros mundos e do próprio Mundo Manifesto que engloba todos os Universos e Seres - fôlego!!! - então, para nós da 3D matéria só se aplicava a 3D, mas, fato é, que tanto a Matéria se sutiliza no transpor de dimensões, e, com certeza, a mente ou a consciência também, porém o Advaita não compactua de sutilizações, seja do corpo ou da consciência - ele é a-consciência - ele postula o que é Anterior a Consciência, que é nossa Origem no Não Manifesto - fora da Criação. 


- Portanto, Acolher implica em não projetar mais uma nova história seja na 3D unificada, na 5D ou mais acima - pois  mesmo nessas dimensões a Essência de nosso Ser ainda terá que ser acessada plenamente se não foi  acessada aqui, na 3D dualizada ou confinada e nisso, dizem, reside a grande Graça do Ser - e desgraça do Ego, pois diante de tanto sofrimento e desgraça humana vividos na Terra muitos vão tocar as bordas da Eternidade em si - e mais: constatar que em essência somos parte do Manto Eterno que emana do ABSOLUTO, do qual temos o mais diáfano dos corpos: o corpo Eterno Absoluto, que já não é corpo, mas apenas o PONTO DE ORIGEM, o qual, até este instante derradeiro, foi coberto por inúmeras vestes, das mais grosseiras, como o nosso corpo de carne, até as mais reluzentes.


E (agora entendo o que vinha lendo e entendia intelectualmente): esse é o motivo de tantas almas vindas de dimensões superiores terem optado por encarnar nesta 3D confinada: para dar um salto quântico tipo fatal: além do tempo e espaço - além de todas as dimensões, direto para o CENTRO DOS CENTROS - O CORAÇÃO DO CORAÇÃO - no regaço de onde tudo emana, e nada O toca... no SILÊNCIO DO SOM, que cria as matérias, anterior ao Verbo portanto; na ESSÊNCIA DO PERFUME DA ROSA!

Preciso realizar NITYA - que significa a Imutável, o Eterno... e que está tentando SER... através de mim. Mas para isso preciso desaparecer... e disso faz parte parar de escrever... pois o escrever ainda é o barulho da mente se projetando na matéria, mesmo que virtualmente.


SILENCIAR TUDO... até sobrar apenas Nitya... O PONTO! 

Mas prefiro a poesia como intérprete:
Ate sobrar somente A ESSÊNCIA DO PERFUME DA ROSA!

E quando já tinha finalizado esta postagem fui relendo e negritando mais passagens e fazendo pequenos comentários entre [...] com explicações complementares para leigos ou pessoas muito mentais, e daí me deparei com esta frase a seguir, que negritei e quando a negritei me veio uma imagem na mente que me explicou O PONTO e O RETORNO AO PONTO, que forma UMA FLOR...

- Imagine um Ponto central e dele saindo Raios... qual um Sol - isso é a Manifestação, cada Raio uma Dimensão no nível Macrocósmico. No nível microcósmico cada Raio é um corpo nosso, pode ser o físico, mental, emocional, espiritual... portanto, temos a imagem de um Sol Macrocósmico e um Sol Microcósmico que somos nós.

Agora imagine que cada Raio (nosso no caso) retorne ao Centro, mas claro, fazendo uma leve curva, porque nada volta sobre a mesma estrada em termos de evolução humana... esta leve curva forma uma pétala... e todas juntas formam 

A FLOR DA VIDA!

Vamos, portanto, nos tornar a Flor da Vida!

A qual,  assim que o último Raio a formar... desaparece...
NO REGAÇO DO ETERNO, NO ABRAÇO DO ETERNO!
NO VAZIO DE TAO... 

E ao buscar por uma imagem eu entendi mais:


- Vi (dentro de mim), que a Flor de Cinco Pétalas, de Sete, ou mais, são os estágios de Retorno dos Raios - diria até da Recolheita dos Raios - do Recolher, e assim eu entendi o Acolher de Bidi de forma geométrica... dual, mas entendi e foi incrível! Gracias Aivanhov - Gracias Bidi - Gracias Ramana - Gracias Jan van Rijckenborh, Gracias a Todos que formaram minha jornada, mesmo Cobra, mesmo os equivocados, pois tudo faz parte, pois foi por meio de todos que posso entender quem busca por outros mundos e busca melhorar esse - e não tenho nada contra - quem teria? Ou você preferia lavar tuas roupas na beira do rio? Talvez sim! Visto do prisma da natureza... mas do resto não. Portanto, rendo graças a todos, mas, em algum momento devemos saber exatamente onde está nosso FUNDAMENTO - qual Linha de Tempo queremos ou melhor: se queremos cair fora das Linhas de Tempo seja da 3D ou da 5D...  ou não, mesmo porque nem temos esse impulso e está bem assim - cada um "na sua, na boa".


Portanto, não me engano, a Recolheita dos Raios total é algo raro, mas justo agora possível - justo agora, mais do que ontem, ano passado - pois a Graça se derrama a largas Taças... aproveitemos. Bebamos do Néctar da Eternidade oferecido por Todos Libertos, cada um a seu modo e na sua Linguagem...


E assim, os que realizam apenas 5 pétalas de sua Flor da Vida, que seja - TALVEZ elas equivalem aos que podem viver na 5D, não sei, mas, quem conseguir desenhar a Flor inteira, que benção. Porém, cada um no seu tempo e na sua dimensão. Afinal, nas dimensões maiores, ou mesmo numa 3D Unificada, não dualizada, será mais fácil e difícil - pois a tentação  será usufruir e "adormecer" diante de tanta paz e beleza... mas, quem sabe não. Talvez a experiência da Dualidade na Terra e em outros mundos, tenha  mostrado que podemos achar meios menos dolorosos e violentos de despertar - aliás, está claro que a ideia de que a Queda foi parte do aprendizado via dor é um grande equívoco dos que não se aprofundaram no que foi a Queda - e jamais que ela foi um ato proposital - mas uma falha real, pois nos Mundos manifestos há a possibilidade de se falhar devido ao conceito da Anomalia Primária, a qual Cobra explicou com muita clareza. 


O que ocorreu, é que diante da Queda e da Dor que ela produziu, o Despertar de Seres fora da Queda poderia ser amplamente acelerado e por isso vieram para cá. Eles apenas aproveitaram "a deixa", a chance. Mas os demais, os nascidos aqui e contaminados pela Queda e tudo que ela representou, espero que esta experiência possa mostrar que caso ocorra algo similar novamente - e espero que não, pois o horror que é este mundo por detrás de portas e portões de palácios e mansões - é algo sem igual - enfim, SE ocorrer uma queda similar, que se tomem providências urgentes e cabíveis para erradicar de cara tal.


E, para finalizar, seguem duas imagens que falam por si diante do que já expus - mas vou explicar melhor usando-as como exemplo:






Muitos de nós estão no estágio "rosa" - metade sol, metade flor - falta recolher o restante dos raios - o rosa simboliza tanto ainda uma cor, portanto, algo do ego, mesmo que via amor.

Raros vão conseguir realizar nessa vida o desenho à esquerda, o Lótus Sagrado transparente, cristalino, crístico, que contém o símbolo mais forte a meu ver, pois ele nasce no lodo da vida humana... nosso ego - e ao se transformar em pétalas transparentes, o SER atingiu sua plenitude... via ego sim, e, que presente inesperado: a essência de nosso ego (não seus veículos),  se integrou ao Lótus Sagrado, realizando as palavras de Jesus, o Cristificado:


- Quem perder sua vida por amor a mim (ao Cristo, ao Filho enviado pelo ABSOLUTO para salvar o que havia se perdido em meio à Criação), ganha-lá-a!


Foi isso que Jesus, Buda, e tantos outros realizaram e deixaram como exemplo sua vida!


Acolher, portanto, pode ser simbolizado por Recolher os Raios e transformar dia-após-dia os Raios em Pétalas, até não sobrar nenhum e virarmos FLOR NO JARDIM DO ABSOLUTO!


Sim, agora entendo as palavras de Bidi, Ramana e outros:

- Não é a iluminação que é o objetivo, mas o Retorno ao CENTRO DOS CENTROS e isso exige apenas uma coisa fundamental: entrega total do nosso ego com seus variados corpos!

E não importa qual meio ou método que nos guie nessa jornada, importa que funcione!



ENTÃO, FINALMENTE, BOA JORNADA RUMO AO CORAÇÃO DO CORAÇÃO!
Lá onde brilha O SOL DA ETERNIDADE, do qual temos a Chispa Divina, coberta por tantos corpos... incapaz de brilhar através deles, porque, além tudo, nossos corpos estão contaminados por medos, desejos, sonhos... do ego - e quando Recolhermos os Raios de nosso Ego-Sol, quando realizarmos o Retorno, então sim - seremos LUZ VERDADEIRA - pois O SOL DOS SÓIS vai brilhar através de nossos corpos esvaziados de EGO,  então, qual lâmpada cristalina 
poderemos iluminar os que andam perdidos.
Daí seremos, EM VERDADE, UMA LUZ NO MUNDO!

SEREMOS LÂMPADAS VIVENTES DO ETERNO!
PELA VITÓRIA DESTA LUZ!
NITYA






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