domingo, 2 de outubro de 2016

O DESTINO FINAL DE DIVERSOS SERES...

...CONFORME O LIVRO DE URÂNTIA!

Imagem da Internet

Não por acaso, logo após postar o artigo 
O MISTÉRIO DO SER HUMANO... SUA COMPLEXIDADE E SUA FINALIDADE, 
eu achei meus textos compilados em 2007 e 2010, tendo por base o controverso e complexo LIVRO DE URÂNTIA, os quais nunca cheguei a postar na minha página do Scribd e servem muito bem ao proposito de completar o tema iniciado pelo artigo anterior - considerem que lá desisti de comentar detalhes, justo porque o tema é complexo demais para ser abordado num simples artigo, por isso também não enfatizei a missão especial de Jesus que o Urantia explica em detalhes, sem por isso desmerecer outros Grandes que passaram por este Planeta prestando serviços e a maioria perdendo a vida, tentando salvar a nossa... alma!
E agora vamos então a mais este longo - mas fascinante :-) artigo!
Sim... sejam corajosos e leiam o artigo até o final, afinal eu me empenhei tanto em retirar de suas duas mil páginas (!!!) trechos REVELADORES PARA NOSSA VIDA ESPIRITUAL e dar uma ideia simplificada do COSMOS, baseada nos escritos do Livro - isso é fruto de meses de estudo. E vocês vão "amarelar" só porque precisam ler talvez 20 páginas de 2000 mil???



Nota: sei que é errado escrever os números como números, mas eu realmente quero enfatizar os números abaixo... por isso vou escrevê-los como números, e não em letras.

Tive acesso a 400 páginas do Livro de Urântia, há mais de 10 anos, que me foram entregues por um amigo, em papel sulfite, sem encadernação - soltos - para estudá-los por ele, pela falta de tempo dele! Isso não seria a primeira vez que faria isso: nos anos de faculdade li um livro e fiz um resumo prá ele e anos depois, vivendo na Suíça, ele me pediu para ler o que havia em alemão, do famoso Babaji de Haidhakan - e assim fiz, pois na época não havia livros em português.

Assim fiz e me espantei em conhecer um Ser que foi encontrado jovem, de 18 anos, em uma caverna sagrada no monte Kailash - sem pais ou parentes, e que viveu apenas 13 anos entre nós, período em que realizou coisas incríveis prá India em termos espirituais e agregou alguns alunos! O que me espantou nos relatos, principalmente Gora Devi que viveu 12 anos com ele, é que ele não poupava os egos de ninguém e só ficavam os fortes, aqueles que realmente queriam perder "a cabeça" - onde reina o ego humano, ao invés do espírito divino - perder a cabeça não nos lembra João? Símbolo do ser humano maduro para "perder seu ego"? 

A linguagem cristã é dramática - sempre digo isso - e decapitar a cabeça gera um mal estar, como outros termos cristãos - mas expressa o aspecto simbólico da morte de João - pois na vida nada é apenas material; assim como nós, que não somos só corpo, matéria, temos uma alma e um espírito - assim, cada acontecimento tem sempre três grandes significados - entenderam? Um material, outro simbólico e outro "real" em termos espirituais!

Se a gente não sabe disso fica confuso quando um fala que tal evento significa X e outro fala que significa Y. Ambos podem estar certos SE ambos tem acesso aos significados essenciais - pois, pode-se, na verdade, achar tantos significados quanto o são os níveis de consciência de cada um ou de um grupo ou povo, por isso a confusão:

- Pois cada um interpreta um fato baseado em seu nível de consciência, que é fruto de tudo que esta pessoa sabe, conhece, acredita e viveu - isso torna o nosso mundo tão doido, pois, enquanto uma interpretação pessoal é uma verdade relativa, temporal e incompleta para aquela pessoa ou grupo humano, existe uma verdade subjetiva mais profunda, que deveria ser verdade para todos - mas isso a maioria ignora e resiste em acessar a Fonte da Verdade Maior, principalmente por detrás de fatos e histórias que simbolizam nossa JORNADA PELO PLANETA E NOSSO RETORNO A CASA DO PAI! 

E agora voltamos ao assunto central deste artigo! 
Bem vindos! :-) 
Relaxem! Sente-se confortavelmente!
Pegue um xícara de café ou chá, ou uma água e leia sem pressa!
Leia sem olhar a quantidade das páginas, ansioso, mas saboreie a qualidade, como a gente faz com um prato de comida apetitoso!
Não emperre se não entender algo - prossiga, no final ficará o essencial!
E é isso que importa: não entender cada frase, mas a mensagem central!

Segue o link para posterior consulta:
LIVRO EM PDF

O DESTINO FINAL DE ALGUNS SERES, COMO NÓS HUMANOS


Num dos textos que encontrei justo abordo a questão do destino final de todas as classes de seres que povoam os diversos mundos, planetas, dimensões, esferas e seja lá o nome que cada mundo tenha, sendo alguns mais físicos, outros menos, outros totalmente sutis, e os mundos eternos do PAI.
Alias, para entender o conceito maior do livro, é preciso saber que ele divide o COSMOS em dois grandes grupos:

- A ESFERA ETERNA E A ESFERA DA CRIAÇÃO!

A ESFERA ETERNA se refere aos mundos perfeitos, que não evoluem como os seres que fazem parte da CRIAÇÃO. Seria o Céu por excelência, para onde vão, no final de uma grande jornada, os Seres que foram criados tendo por Base o Espírito do Pai! Estes apenas transitam rapidamente pelos mundos Criados, de glória em glória (quando finalmente liberados de seu plano de origem, como nós, no caso), tendo entendido e realizado o que foi necessário para tal liberação, dito numa linguagem sem vínculo religioso.

A ESFERA DA CRIAÇÃO compreende, no total, SETE SUPERUNIVERSOS - Urântia dá detalhes preciso de como são formados, por quantos Universos e estes por quantas Constelações, seus Regentes, etc. Uma aula e tanto para quem o tema interessa, afinal, cada um de nós terá um papel menos ou mais chave em alguns destes mundos quando sairmos daqui, entre outros objetivos e programas, os quais Urântia descreve parcialmente, pois o tema, como podem imaginar, é complexo e põe complexo nisso.

AS 3 GRANDES CLASSES DE SERES E SEUS OBJETIVOS FINAIS

Urântia explica que existem 3 grandes ordens de existência (entre mil outros conceitos), de evolução, de seres, com diferentes funções, etc. No caso vou tratar quanto a Finalidade máxima, ou a Carreira Celeste máxima, que corresponde aos Seres pertencentes a Esfera do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Considerando que 
- a Esfera do Pai equivale a esfera ou ao Universo Eterno - o Paraíso Absoluto, Final, Havona;
- a Esfera do Filho equivale a Esfera da Criação, dos Mundos Criados, englobando todos os 7 Superuniversos e 
- a Esfera do Espírito Santo concerne ao Universo Local.

Sendo assim, existem planetas onde 90% ou mais (isso são detalhes), tem como objetivo final atingir o limite máximo em termos evolutivos permitidos pelo Universo Local, no caso, os relacionados a Esfera do Espírito Santo, já os da Esfera do Filho podem ascender até os limites máximos de um Superuniverso que é formado por... não lembro quantos Universos!

Por isso os Arcanjos, e outros seres que buscam explicar a que glória é reservada aos simples mortais humanos que buscam a União com o Espírito do Pai neles, sempre de novo diziam (no Livro), que para eles não tem como saber quão longe pode chegar um ser humano finalitor (que chega lá... em cima, ou... lá no Centro dos Centros - que é o mais correto, por isso o símbolo de Urântia são 3 círculos justamente simbolando estes três níveis), pois eles não tem acesso a este nível. Por isso o próprio Livro, em algum ponto, diz que podemos e devemos respeitar a todos os seres de todas as ordens, mas adorar somente a Deus-Pai! Por isso outras linhas espirituais, as vezes condenam o contato com Anjos, mesmo porque há os "caídos" e porque eles, apesar de estarem em outra esfera, nem por isso sabem mais ou são superiores a nós no sentido de nosso potencial que carregamos  - eles tem sim suas funções e o Livro explica tais em detalhes. Sem deixar de mencionar que muitos extraterrestres foram confundidos com Anjos tal como Urântia os define. Aliás Urântia os nomeia detalhadamente e também fala de outras raças, de outros planetas, chegando a descrever a vida e a formação social e geral de um deles, só para compará-los ao Planeta Terra.

(Aconteceu um milagre: fui buscar no Livro em PDF um suposto capítulo onde trataria do tema das 3 finalidades de 3 classes de seres para ser mais exata e decidi testar um capítulo, que inicia pela página trezentos e alguma coisa e quando fui achar o início do capítulo parei, sem querer, na página 452... exatamente no meio, onde o livro define num parágrafo sobre o exposto! Quase não acreditei nos meus olhos quando vi).

Bem, agora segue então o dito parágrafo, mas antes preciso explicar que Ajustador é o nome básico que o Livro dá para o Espírito do Pai e eu explico isso no meu texto (que achei ao acaso hoje) e que vou copiar aqui após a citação dos parágrafos:

Trechos das Pág. 482 e 483 do PDF e 452 e 453 do Livro:

<<< Os mortais fusionados ao Espírito, falando-se de um modo generalizado, estão confinados a um universo local; os sobreviventes fusionados ao Filho estão restritos a um superuniverso; os mortais fusionados ao Ajustador estão
destinados a penetrar o universo dos universos. Os espíritos de fusão mortal sempre ascendem ao nível de origem; essas entidades espirituais retornam infalivelmente à esfera da sua fonte primeira.

Que os destinos mortais variem, dessa forma, de nenhum modo não prova que um seja necessariamente mais nem menos do que o outro; significa, meramente, que eles diferem entre si. Os ascendentes fusionados ao Ajustador têm, é fato, uma carreira grandiosa e de glória, como finalitores; e esta carreira se estende diante deles no futuro eterno, mas isso não significa que eles sejam preferidos aos seus irmãos ascendentes. Não há favoritismo, nada é arbitrário na operação seletiva do plano divino de sobrevivência mortal.
Pág. 453
Ainda que os finalitores fusionados aos Ajustadores, obviamente, gozem da mais ampla oportunidade de serviço, entre todas possíveis, a realização dessa meta, automaticamente, tira deles a chance de participar da luta durante toda uma idade de um universo ou de um superuniverso, desde as épocas mais primitivas e menos estabelecidas até as eras posteriores e mais estabelecidas de relativa realização na perfeição. 
Os finalitores adquirem uma experiência vasta e maravilhosa de serviço transitório, em todos os sete segmentos do grande universo, mas eles não obtêm ordinariamente o conhecimento íntimo de um universo específico, coisa que, ainda agora, caracteriza os veteranos fusionados ao Espírito, do Corpo dos Completos de Nébadon. Esses indivíduos desfrutam de uma oportunidade de testemunhar a procissão ascendente das idades planetárias à medida que se desdobram, uma a uma, em dez milhões de mundos habitados. E, no serviço fiel desses cidadãos do universo local, uma experiência sobrepõe-se à outra experiência até que a plenitude do tempo amadureça aquela alta qualidade de sabedoria que é engendrada pela experiência focalizada – a sabedoria com autoridade – e isso, em si mesmo, é um fator vital no estabelecimento de qualquer universo local.

Tal como ocorre com os mortais fusionados ao Espírito, o mesmo se dá com os mortais fusionados ao Filho que alcançaram o status residencial em Uversa. Alguns desses seres provêm das épocas mais antigas de Orvônton e representam um corpo de sabedoria, de discernimento aprofundado, que cresce lentamente e que está dando contribuições de serviços cada vez maiores para o bem-estar e o estabelecimento final do sétimo superuniverso. >>>

E agora segue meu texto compilado em 2007 e 2010 sobre o tema do título.


TRECHOS COPIADOS DO LIVRO DE URANTIA ONLINE EM 2007 E 2010
E AS NOTAS PESSOAIS CORRESPONDENTES


NOTAS IMPORTANTES PARA ENTENDER ALGUNS DOS CONCEITOS BÁSICOS DO LIVRO QUE SE REFEREM AOS TEMAS ABORDADOS NESTE ARTIGO

1) Neste documento copiei alguns capítulos ou trechos sobre os famosos e misteriosos AJUSTADORES DO PENSAMENTO,  que na linguagem comum, são os ESPÍRITOS DIVINOS em nós, um presente de DEUS-PAI para com inúmeras criaturas, entre elas, as humanas da Terra ou de Urântia, conforme o livro designa o Planeta Terra. Quando um Ser humano se deixa guiar mais e mais pelo Espírito Divino nele, o Livro muda o nome de Ajustador para Controlador e mais tarde para Monitor Misterioso, mas são nomes que designam fases de comunhão com o Espírito, assim como falamos do ser humano criança, adolescente e adulto (eu interpretei isto deste modo).

2) Nas partes a seguir copiadas, o grande tema é o fusionamento ou não do Espírito com a Alma/Mente de um Ser Humano da Terra ou de outro Planeta; entendi lendo o Livro, que fusionamento equivale à salvação eterna na linguagem cristã comum, iluminação na linguagem oriental ou à transfiguração total (ascensão) na linguagem cristã gnóstica.

3) Vale ainda explicar que o termo “moroncia” ou mundos moronciais, sempre tem a ver com algo equivalente a Alma, tanto a nível individual, como em se tratando de mundos, portanto, designa estágios intermediários!! Na linguagem do Livro a Alma é o resultado do encontro com o Espírito e Matéria e ela se torna imortal se o ser em questão vai deixando se guiar pelo Espírito Divino, senão ela também morre (o que alguns movimentos confirmam com explicações um pouco diferentes).

4)  O livro fala de seres de um, dois e três cérebros; sendo que designam a nós como intermediários ou de dois cérebros e penso que é por temos o lado direito e esquerdo ou o cérebro reptiliano, animal,  e o humano, chamado de  neo-córtex. se não me engano.

5)  Vão lendo o livro, sem violentar a mente, forçando o entendimento; o que entendem de antemão bom, o que não, esqueçam... mais tarde alguns entendimentos vem por frases mais fáceis ou até de algumas explicações inesperadas sobre temas diversos.

6)  No final ainda tirei algumas passagens sobre o Batismo e Ressurreição de Jesus, temas controversos que no fundo tem a ver com o Espírito Divino, entre outros componentes, como a Alma e o Espírito da Verdade e o Espírito Santo.

7) Em 2007 quando montei este documento ainda não existia o Livro editado, mas desde outubro 2008 sim, por aprox. R$ 100,00 para aprox. 2 mil páginas, portanto barato! E não sei se o livro ainda se encontra online no site  www.urantia.com.br. A origem do livro parece misteriosa e é; o Livro a explica em duas citações em lugares não previstos. Trata-se de uma cooperação inusitada entre uma raça de seres invisíveis (portanto não espíritos, mas seres tipo etéricos) que se criam de forma bastante rara  e da disposição da Mônada de um sujeito mortal (de um ser humano da Terra); portanto não foi por processo  mediúnico, nem por canalização, nem por telepatia e sim por contato direto com o Ajustador ou a Mônada de um ser humano que não é identificado no Livro, e por seres desta raça invisível que serviram de tradutores de diversas hierarquias divinas como Anjos, Arcanjos, Mensageiros, etc., citados no final de cada documento.

8) E se vocês me perguntassem porque O Livro usa termos cristãos para designar os diversos mundos, seres e estágios espirituais, diria que é porque foi escrito para o mundo cristão, para complementar a Bíblia que por ser tão simbólica em sua linguagem, acabou gerando milhões de interpretações, perdendo-se o significado essencial, e também porque foram retiradas diversas partes dela e acrescentadas outras... e, as vezes tenho a impressão (eu falei impressão e isto define exatamente o sentimento que tive quando constatei “algumas falhas” no Livro), que alguém mexeu no Livro de Urântia, como no passado mexeram na Bíblia, digo nos textos que foram “devidamente” escolhidos para formatar algo que mais tarde se denominou de Bíblia Cristã!!

- Não estou ironizando a Bíblia e sim a forma como ela surgiu e o quanto alguns evangelhos foram adulterados, seja por se excluir ou incluir! Mas isto até os mais simples crentes sabem hoje em dia e seria melhor ainda se isto os motivasse a questionar alguns temas  ou teorias que não fazem sentido nem para nosso limitado bom senso humano, (não falo nem de inteligência humana!!), imagine então para uma sabedoria divina!

- Entendo que não é fácil diferenciar entre: interpretar textos profundos de forma humana e portanto limitada, de constatar que algumas teorias não fazem sentido se usamos o bom senso humano; por isto o fanatismo ou a crença cega é perigosa, pois endossa teorias absurdas! E entendo que para almas imaturas é difícil diferenciar uma fé simples e singela de uma fé fanática que os motiva a profundos julgamentos e atitudes extremadas. Tal como um apaixonado não vê as vezes traços de violência no outro, colocando sua vida em perigo “por amor”... cego, claro!

- Portanto, retomando o tema: tive a clara impressão de que alguns textos foram  “ajustados” no Livro... pois alguns temas não foram abordados de forma habitual, ou seja, de forma livre e soberana; senti um sabor de “tabu” -  eu os abordo no meu texto:  A MAÇÃ VERDE & A FALTA DE EVA!

9) Urântia: nome do nosso planeta; Nebadon: nosso Universo; Orvonton: nome do nosso superuniverso. De acordo com O Livro, existem 7 Superuniversos e eles abarcam A CRIAÇÃO E CRIATURA; na linguagem Hindu, é o Mundo de Brahma (que vive xis bilhões de anos – O Livro diz o mesmo); já Havona são os Mundos Divinos, não evolucionários, perfeitos desde sua existência, onde vivem seres perfeitos, sem chances de cair ou pecar, o mundo de Brahman, (com “n’), o Absoluto, ou Tao na linguagem gnóstica Chinesa, enfim, cada religião dá designações diferentes para os mesmos temas. Dentro de cada Universo existem Paraísos, mundos maravilhosos, aonde as almas em evolução vão se aperfeiçoando, mas existe o Paraíso Final e Eterno, fora dos Mundos Criados! Isto os antigos cristãos sabiam e o Livro explica sem a menor cerimônia. 

- Na Bíblia confunde-se ambos: mundos Criados e mundos Eternos! Os Paraísos dentro dos mundos criados e o Paraíso Final ou Absoluto: a Casa do Pai de fato e não as muitas moradas Dele, ou “casas de praias celestes” (rs) sim, para o repouso entre uma escalada e outra. O Livro não despreza os repousos necessários, tanto aqui na matéria, quanto em fases menos materiais que a Alma vai experenciando rumo a Casa do Pai!

10) E se alguém estiver chocado com a ideia de milhões de planetas e universos, então cheque primeiro em qual Deus você de fato acredita: pois geralmente moldamos Deus a nossa imagem e semelhança, ou seja, ao nosso pequeno e medíocre cérebro do qual usamos nem 3% de forma plena!!! Isto sim é uma heresia para Deus... mas graças a Deus, Ele entende nossa falta de entendimento, pois perante Ele somos como crianças que mal sabem ler, imagine então entender a complexidade da Criação e Criatura; digo, sua razão de ser e existir e aqui aproveito para citar uma frase genial de um cristão iluminado do qual li quase nada, pois não gosto da antiga linguagem cristã cheia de dramas e culpas, mas que ele foi um ser iluminado pelo Espírito, isto ele foi:

“Se a alma pudesse ter conhecido Deus sem o mundo, o mundo nunca teria sido criado” (Meister Eckhart). 
A sabedoria védica (dos hindus) iria mais a fundo, ela diria:
“Se Deus pudesse Se experienciar sem o mundo, os mundos nunca teriam sido criados”.

- No final ambas dão na mesma, pois uma Alma só é possível via Criação, e mesmo tendo O PAI milhões de ajudantes, administradores e controladores, foi Ele o Criador original de tudo e de todos no final, digo, no início... mas daí entra em cena o livre arbítrio... que o Livro explica e disseca muito bem! Quem tiver o documento em PDF pode localizar cada tema via Ferramenta “Localizar” e assim estudá-los, como: Alma, Espírito, Evolução, Mente, Jesus, Buda, Krishna, etc.

- E sem querer bancar a sabe-tudo, mas constatei algumas “falhas” na avaliação feita pelo Livro de Urântia, justamente porque ele avalia a vida na Terra de cima para baixo e por ter se baseado, tanto quanto possível, nos textos e ideias editados pelo ser humano no decorrer de sua evolução. 
Percebi algumas limitações quando ele cita, por exemplo, que a Índia “errou” ao não incluir a alma em sua ideia de evolução; mas não é bem assim. Ela usou Jiva ou Atma para a alma, e dependendo do contexto, significava algo diferenciado. Mas de fato, algumas correntes religiosas não entraram em pormenores, assim como alguém que ao descrever a geografia de uma região ou estado  não menciona as pontes dos rios! A Alma é um ser intermediário entre matéria e espírito, é uma ponte portanto. Mas sabe-se que aonde tem um rio, deve existir uma ponte ou um barco, algo para atravessá-lo. E quando li no Livro de Urântia  que ele procurou usar o máximo de conhecimentos humanos existentes para abordar alguns temas específicos da Terra, eu entendi a limitação que constatei em algumas abordagens!

11) O mais incrível que eu descobri via o Livro eu também quero citar nestas notas: que Jesus foi um ser humano de fato muito especial, pois recebeu um Ajustador (Espírito) muito experiente para poder manifestar no planeta Terra a consciência de um Cristo Micael, ou seja, do Regente do nosso Universo! Ele é de fato nosso Pastor Cósmico! E que para um Micael se tornar um Soberano em seu Universo e assim poder expressar plenamente a Misericórdia Divina, Ele deve se “outorgar” sete vezes em sete planetas distintos de seu universo! E quando Ele viu a Terra desligada dos circuitos espirituais por influência da Rebelião de Lúcifer, ele decidiu fazer sua 7ª outorga aqui! 

- Por isto somos um Planeta ao mesmo tempo primitivo (por estarmos nos estágios iniciais evolutivos comparados a outros, mas também pelas “falhas” ocorridas, que geraram quedas e atrasos), mas também muito especial, pois tivemos a honra cósmica de hospedar (e a desonra cósmica de mal-tra-tar e matar!) um Regente Universal! E não me perguntem o sentido espiritual exato do termo ou do verbo “outorgar”. Eu o entendi intuitivamente e para mim bastou.

Nota: Os itálicos que não se referem às minhas Notas, são originais do Livro e geralmente são usados para ressaltar subtítulos, mas as frases sublinhadas são minhas - e a maioria dos negritos também.

A seguir então os textos mencionados no início, que falam sobre


O ESPIRITO DIVINO OU AJUSTADOR DOS PENSAMENTOS E SUA COMPLEXA VIDA EM MEIO A SERES HUMANOS E OS POSSÍVEIS DESTINOS DE AMBOS!


4. OS AJUSTADORES PERSONALIZADOS

Quando os mortais do tempo falham na conquista da sobrevivência eterna para as suas almas, ainda que em ligação planetária com os dons espirituais do Pai Universal, tal fracasso nunca é, de nenhum modo, devido à negligência no dever, ministração, serviço ou devoção da parte do Ajustador. Quando do passamento mortal, esses Monitores desertados retornam para Divínington e, subsequentemente, após o julgamento do não sobrevivente, eles podem ser redesignados para os mundos do tempo e do espaço. Algumas vezes, depois de repetidos serviços dessa espécie ou após alguma experiência inusitada, como é a de funcionar tal qual o Ajustador residente de um Filho de auto-outorga encarnado esses eficientes Ajustadores são personalizados pelo Pai Universal.
Os Ajustadores Personalizados são seres de uma ordem singular e insondável. 
[O sublinhado acima se refere ao caso de Jesus! - nota de HS].

Originalmente de status existencial pré-pessoal, eles ganharam experiência por meio da participação nas vidas e carreiras dos mortais inferiores dos mundos materiais. E, posto que a personalidade outorgada a esses experientes Ajustadores do Pensamento tem a sua origem e sua fonte na ministração pessoal e contínua do Pai Universal dessas dádivas da personalidade experiencial às suas criaturas, esses Ajustadores Personalizados são classificados como Filhos ascendentes de Deus,a mais alta de todas essas ordens de filiação.

5. OS MORTAIS DO TEMPO E DO ESPAÇO

Os mortais representam o último elo na corrente dos seres que são chamados de filhos de Deus. O toque pessoal do Filho Original e Eterno passa por uma série de personalizações decrescentemente divinas e crescentemente humanas, até chegar a um ser exatamente como vós, o qual podeis ver, ouvir e tocar. E, então, vós vos tornais espiritualmente sabedores da grande verdade que a vossa fé pode captar – a da vossa filiação ao Deus eterno!
Do mesmo modo, o Espírito Original e Infinito, por uma longa série de ordens decrescentemente divinas e crescentemente humanas, aproxima-se cada vez mais das criaturas que lutam nos reinos, alcançando o limite de  expressão nos anjos – um pouco abaixo dos quais fostes vós criados – que pessoalmente vos guardam e guiam na jornada da vida da carreira mortal do tempo.

Deus, o Pai, não desce, nem pode, Ele próprio, descer assim, a ponto de fazer um contato tão pessoal com o número quase ilimitado de criaturas ascendentes em todo o universo dos universos. Mas o Pai não está privado do contato pessoal com as suas criaturas humildes; vós não estais sem a divina presença. Ainda que Deus, o Pai, não possa estar convosco por meio de uma manifestação direta de personalidade, Ele está em vós e é parte de vós na identidade dos Ajustadores do Pensamento residentes, os Monitores divinos. Assim, pois, o Pai, que é o mais afastado de vós em personalidade e em espírito, aproxima-Se o mais perto de vós, no circuito da personalidade e no toque do espírito da comunhão interior com as próprias almas dos Seus filhos e filhas mortais.
A identificação com o espírito constitui o segredo da sobrevivência pessoal e determina o destino da ascensão espiritual. E, posto que os Ajustadores do Pensamento são os únicos espíritos com potencial de fusão a serem identificados com o homem durante a vida na carne, os mortais do tempo e do espaço são primeiramente classificados conforme a sua relação com essas dádivas divinas, os Monitores Misteriosos residentes. Essa classificação é a seguinte:

1. Os mortais nos quais o Ajustador reside de modo transitório ou experiencial.
2. Os mortais dos tipos que não se fusionam com o Ajustador.
3. Os mortais que têm o potencial de se fusionar com os seus Ajustadores.

Série um – a dos mortais nos quais o Ajustador reside de modo transitório ou experiencial.

A designação desta série é temporária para qualquer planeta em evolução, sendo usada durante os estágios primitivos de todos os   mundos habitados, exceto aqueles da segunda série.
Esses mortais da primeira série habitam os mundos do espaço durante as épocas iniciais de evolução da humanidade e abrangem os tipos mais primitivos de mentes humanas.
Pág. 446
Em muitos mundos, como o da Urântia pré-Adâmica, um grande número dos tipos mais elevados e avançados de homens primitivos adquire a capacidade de sobrevivência, mas não consegue alcançar a fusão com o Ajustador.
Eras após eras, antes da ascensão do homem ao nível mais elevado de volição espiritual, os Ajustadores ocupam as mentes dessas criaturas lutadoras e, durante as suas curtas vidas na carne e no momento em que essas criaturas de vontade são resididas por Ajustadores, os anjos guardiões grupais começam a funcionar. Ainda que esses mortais da primeira série não tenham guardiões pessoais, eles possuem custódios grupais.

Um Ajustador experiencial permanece com um ser humano primitivo durante todo o seu tempo de vida na carne. Os Ajustadores contribuem muito para o avanço dos homens primitivos, mas são incapazes de formar uniões eternas com tais mortais. Essa ministração transitória dos Ajustadores realiza duas coisas: Primeiro, eles ganham experiência valiosa e real sobre a natureza e o modo de funcionamento do intelecto evolucionário, uma experiência que será de  valor inestimável na conexão com contatos futuros, em outros mundos, com seres de desenvolvimento mais elevado.

Segundo, a permanência transitória dos Ajustadores contribui muito no sentido de preparar os seus sujeitos mortais para um possível fusionamento subsequente com o Espírito. Todas as almas desse tipo, que procuram a Deus, conseguem a vida eterna por meio do abraço espiritual do Espírito Materno do universo local, tornando-se, desse modo, mortais ascendentes do regime do universo local. Muitas pessoas da Urântia pré-Adâmica avançaram assim  até os mundos das mansões de Satânia. 

[Não se assustem, Satã não foi desde o início um ser contra Deus... mas caiu na Rebelião de Lúcifer – era um ser de Luz também, vindo de mundos superiores, mas como o Livro diz, enquanto não ocorrer a fusão total com o Espírito Divino, pode-se cair de qualquer altura – penso que isto vale para Seres que nunca experienciaram um Planeta como o nosso!!! Pois depois que se passa pela Universidade Terra, cair seria algo muito remoto - nota de HS].

Os Deuses que ordenaram ao homem mortal que ele devesse escalar até níveis mais elevados da inteligência  espiritual, através de longas idades de provações e de atribulações evolucionárias, anotam o seu status e necessidades em cada estágio da ascensão; e eles são, sempre, divinamente equânimes e justos, e mesmo encantadoramente misericordiosos, nos julgamentos finais desses mortais denodados dos primeiros tempos das raças evolucionárias.

Série dois – a dos mortais dos tipos que não se fusionam aos Ajustadores.

Estes são tipos especializados de seres humanos que não são capazes de efetivar uma união eterna com os seus Ajustadores residentes. O fato de estarem classificados segundo os tipos raciais de um, dois ou três cérebros não é um fator que influencie o fusionamento com o Ajustador; todos esses mortais são semelhantes, mas os tipos que não se fusionam com o   Ajustador são uma ordem totalmente diferente e marcadamente modificada de criaturas de vontade. Dos que não respiram, muitos pertencem a essa série, e há inúmeros outros grupos que não se fusionam ordinariamente com os Ajustadores.

Como na série de número um, cada membro desse grupo beneficia-se da ministração de apenas um Ajustador durante o seu período de vida na carne. Durante a vida temporal, esses Ajustadores realizam, pelos seus sujeitos de residência temporária, tudo o que é feito nos outros mundos onde os mortais têm potencial de fusionamento. Os mortais dessa segunda série são frequentemente resididos por Ajustadores virgens; contudo, os tipos humanos mais elevados quase sempre estão em ligação com Monitores de mais experiência e mais mestria.

No plano ascendente, para elevar as criaturas de origem animal, esses seres gozam do mesmo serviço devotado que os Filhos de Deus dedicam ao tipo mortal de Urântia. A cooperação seráfica com os Ajustadores, nos planetas em que os mortais não se fusionam, é assegurada tão plenamente quanto nos mundos em que há o potencial de fusão; os guardiães do destino ministram, nessas esferas, exatamente como o fazem em Urântia, e funcionam similarmente à época da sobrevivência depois da morte, em que a alma sobrevivente se torna fusionada ao Espírito.

Quando vós vos deparardes com esses tipos de mortais modificados, nos mundos das mansões, vós não encontrareis nenhuma dificuldade de comunicação com eles. Ali, eles falam a mesma linguagem sistêmica, mas por meio de uma técnica modificada. Esses seres são idênticos à (Pág. 447) vossa ordem de vida, como criaturas, quanto às manifestações de espírito e personalidade, diferindo apenas por certas características físicas e pelo fato de que eles não são fusionáveis com os Ajustadores do Pensamento.

Quanto à razão pela qual esse tipo de criatura nunca é capaz de fusionar-se com os Ajustadores do Pai Universal, eu estou incapacitado de dizer. Estamos inclinados, alguns de nós, a acreditar que os Portadores da Vida, nos seus esforços para formular seres capazes de manter a existência em um ambiente planetário inusitado, confrontam-se com a necessidade de fazer modificações tão radicais no plano universal das criaturas inteligentes de vontade, que se torna inerentemente impossível para elas chegarem à união permanente com os Ajustadores. Muitas vezes temo-nos perguntado: essa é uma parte intencional ou não intencional do plano de ascensão? Mas não encontramos a resposta.
[Entendi aqui e em outra partes, que se todos os Seres fossem criados para se Unir ao Pai e no final da jornada habitar a Esfera Eterna como eu a denominei aqui ou Havona, nome dado pelo Livro, então quem ficaria para ordenar e manter os Universos? É preciso que estes sejam funcionáveis e para isso precisam de funcionários... nos milhares de setores que envolve o funcionamento de um planeta, constelação galáxia, universos, etc. MAS como diz o Livro, nem por isso eles são menos, menores que nós e todos seres que foram criados para se unirem ao Pai a partir de alguma etapa de sua maturidade espiritual. Exemplos: numa CASA as paredes não são menos importantes que o teto e este do piso - TODOS SÃO IGUALMENTE IMPORTANTES, cada um dentro de sua função - idem numa EMPRESA: as pessoas ainda acham que apenas cargos superiores são importantes e chaves, que pensamento medíocre: todas as funções são igualmente importantes - ou você gostaria de ir trabalhar numa empresa suja, cheia de lixo! Então o faxineiro é tão essencial quanto todos. Nota de HS]

Série três – a dos mortais com potencial de fusionamento com o Ajustador.

Todos os mortais que se fusionam ao Pai são de origem animal, exatamente como as raças de Urântia. Eles abrangem os tipos de mortais de um cérebro, dois cérebros e três cérebros, com potencial de fusionamento com o Ajustador. 
Os urantianos são do tipo intermediário, ou de dois cérebros, sendo, sob muitos aspectos, humanamente superiores aos grupos de um cérebro, mas definitivamente limitados se comparados aos das ordens de três cérebros. Esses três tipos de dotação de cérebro físico não são fatores que influenciem na outorga do Ajustador, nem no serviço seráfico, nem em outras fases da ministração espiritual. Os diferenciais intelectuais e espirituais entre os três tipos de cérebro caracterizam indivíduos que são, por outro lado, bem semelhantes quanto aos dons mentais e quanto ao potencial espiritual, ficando maiores essas diferenças, durante a vida temporal, mas com a tendência a diminuir à medida que os mundos das mansões são atravessados um a um. Da sede central dos sistemas em diante, a progressão desses três tipos é a mesma e o seu destino final no Paraíso é idêntico. 

As séries não numeradas
Estas narrativas não podem certamente abranger todas as variações fascinantes nos mundos evolucionários. Vós sabeis que todo décimo mundo é um planeta decimal ou experimental, mas nada sabeis das outras variáveis que podem ser apontadas na procissão das esferas evolucionárias. 

Há diferenças numerosas demais para serem narradas, tanto entre as ordens reveladas de criaturas vivas quanto entre os planetas do mesmo grupo; mas esta apresentação torna claras as diferenças essenciais em relação à carreira ascensional. E a carreira ascensional é o fator mais importante em qualquer consideração sobre os mortais do tempo e do espaço.
Quanto às possibilidades de sobrevivência mortal, que fique esclarecido para sempre: Todas as almas, de todas as fases possíveis da existência mortal, sobreviverão, desde que manifestem a vontade de cooperar com os seus Ajustadores residentes e desde que demonstrem um desejo de encontrar Deus e de alcançar a perfeição divina, ainda que esses desejos não sejam senão as primeiras e pálidas centelhas da compreensão primitiva da “verdadeira luz que ilumina todo homem que vem ao mundo”.


OS FILHOS DE DEUS PELA FÉ


As raças mortais [e isto nos inclui e milhares de outras de outros planetas e universos – nota de HS] permanecem como as representantes da ordem mais baixa da criação inteligente e pessoal. Vós, mortais, sois divinamente amados e todos vós podeis escolher aceitar o destino certo de uma experiência gloriosa; mas vós não sois ainda, por natureza, da ordem divina; vós sois totalmente mortais. Vós sereis considerados como filhos ascendentes no instante em que a fusão acontecer; mas o status dos mortais do tempo e do espaço é aquele de filhos pela fé, antes do evento da fusão (Pág. 448) final da alma mortal sobrevivente com algum tipo de espírito eterno e imortal.

É um fato solene e superno que as criaturas inferiores e materiais, como os seres humanos de Urântia, sejam os filhos de Deus, filhos pela fé, do Altíssimo.“Observai o tipo de amor que o Pai nos dá, para que sejamos chamados de filhos de Deus.” “A quantos O receberam, a todos, Ele deu o poder de reconhecer que são os filhos de Deus.” Enquanto “vós não sabeis ainda o que vós sereis”, ainda agora, “vós sois os filhos de Deus pela fé”, “pois não recebestes o espírito do cativeiro para de novo temerdes, mas recebestes o espírito da filiação, que vos leva a gritar:

‘Nosso Pai’”. Disse o profeta de outrora, falando em nome do Deus eterno: “Até mesmo a eles, Eu darei um lugar na minha casa, e um nome melhor que o de filhos; Eu darei a eles um nome eterno, que não perecerá”. “E por que vós sois filhos, Deus enviou aos vossos corações o espírito do Seu Filho.”
Todos os mundos evolucionários habitados por mortais abrigam esses filhos de Deus pela fé, filhos da graça e da misericórdia, seres mortais que pertencem à família divina e que são apropriadamente chamados de filhos de Deus.

Os mortais de Urântia encontram-se capacitados para considerar-se como sendo filhos de Deus, pois:

1. Vós sois filhos da promessa espiritual, filhos da fé; aceitastes o status de filiação. Vós acreditais na realidade da vossa filiação e, assim, a vossa filiação a Deus torna-se eternamente real.
2. Um Filho Criador de Deus tornou-se um de vós; ele é, de fato, o vosso irmão mais velho; e se vos tornardes, em espírito, verdadeiramente irmãos aparentados do Cristo, o Micael vitorioso, então, em espírito, também sereis filhos daquele Pai que vós tendes em comum – o mesmo Pai Universal de todos.
3. Vós sois filhos porque foi vertido sobre vós o espírito de um Filho, concedido livre e certamente a todas as raças de Urântia. Esse espírito vos atrai sempre para o Filho divino, que é a sua fonte, e para o Pai do Paraíso, que é fonte desse Filho divino.
4. Com o Seu livre-arbítrio divino, o Pai Universal deu-vos as vossas personalidades de criaturas. Vós fostes dotados com uma medida daquela espontaneidade divina de ação, de livre-arbítrio, que Deus compartilha com todos os que podem tornar-se os Seus filhos.
5. Um fragmento do Pai Universal reside dentro de vós, e vós estais, por isso, diretamente relacionados ao Pai divino de todos os Filhos de Deus. (ou seja o Ajustador do Pensamento ou Espírito Divino, uma Centelha de Deus-Pai). 


OS MORTAIS FUSIONADOS AO PAI


O envio dos Ajustadores e o modo como eles residem nos mortais, de fato, consistem em mistérios insondáveis de Deus, o Pai. Esses fragmentos da natureza divina do Pai Universal trazem consigo o potencial de imortalidade da criatura. Os Ajustadores são espíritos imortais; e a união com eles confere vida eterna à alma do mortal fusionado.

As vossas próprias raças de mortais sobreviventes pertencem a esse grupo dos Filhos ascendentes de Deus. Vós sois agora filhos planetários, criaturas evolucionárias derivadas de implantações dos Portadores da Vida e modificadas pela infusão da vida Adâmica, vós ainda não sois filhos ascendentes; mas sois, de fato, filhos com o potencial de ascensão – até mesmo às alturas mais elevadas da glória e da realização na divindade – e esse status espiritual de filiação ascendente, vós podeis atingi-lo pela fé e pela cooperação voluntária com as (Pág. 449) atividades espiritualizantes do Ajustador residente. Quando vós e o vosso Ajustador estiverdes, finalmente e para sempre, fundidos, quando vós fordes um, exatamente como no Cristo Micael, o Filho de Deus e o Filho do Homem, são um; então, verdadeiramente, vós vos tereis transformado nos filhos ascendentes de Deus. [ou seja, aqui começa a verdadeira senda de volta a Casa do Pai - nota de HS].

Os detalhes da carreira do Ajustador, na sua ministração residente, em um planeta probacionário e evolucionário, não são uma parte da minha designação; a elaboração dessa grande verdade abrange a vossa carreira por inteiro. Eu incluo a menção a certas funções do Ajustador, com o fito de prestar um esclarecimento completo a respeito dos mortais de fusionamento ao Ajustador. Esses fragmentos residentes de Deus estão com a vossa ordem de seres desde os primeiros dias da existência física, ao longo de toda a carreira ascendente em Nebadon e Orvônton, e depois por toda Havona e até ao Paraíso propriamente. Posteriormente, na aventura eterna, esse mesmo Ajustador estará unido a vós, e fazendo parte de vós.

Esses são os mortais aos quais foi comandado pelo Pai Universal: “Sede perfeitos, exatamente como Eu sou perfeito”. O Pai outorgou-Se a Si próprio em vós; colocou o Seu próprio espírito dentro de vós; e, portanto, Ele demanda a perfeição última de vós. A narrativa da ascensão humana, das esferas mortais do tempo e do espaço, até
os Reinos divinos da eternidade, constitui um relato intrigante, não incluído no meu compromisso; mas essa aventura superna deveria ser o estudo supremo do homem mortal.

NOTA PESSOAIS


1) Sobre os vários caminhos no sentido de "religiões":

- Cada religião possui seu método, mas o Livro, na parte das religiões, fala claramente, que com o advento de Cristo Micael na Terra, o método mais simples e direto, é por meio da fé, oração, contemplação e ação junto ao seu próximo, porém ação sem coação ... se alguns discípulos não compreenderam tal e coagiram, isso não foi “ culpa”  do Mestre, mas é falha do discípulo e isso vale para todos os discípulos de qualquer mestre digno deste nome. Aliás, o Livro de Urântia cita algumas falhas cometidas pelos apóstolos ao “dobrarem” alguns temas de acordo com suas limitações raciais e ou culturais!

- Jesus foi o Mestre dos Mestres, pelo fato que ele realmente “ desceu dos céus “  para se tornar um mortal a nossa semelhança e realizar a fusão com o Espírito Divino em si, durante sua vida na carne, mostrando ao vivo e em cores, que tal processo, não precisa de cerimônias, nem rituais, apenas o desejo, o anelo profundo de UNIR-SE AO PAI, através desse Ajustador em nós, ou do Espírito Divino, o qual, então, vai construindo no decorrer da vida a Alma, que, tal como descreve o livro, a alma  é uma parte divina, pois é formada pelo Espírito e uma parte humana, pois também é formada pela Personalidade do indivíduo. A fusão com o Espírito garante que a Alma se torne Imortal e, portanto, garante ao indivíduo que sua lembrança e sua experiência como personalidade seja  “salva”  por meio da Alma Imortal.
Entenderam a Graça deste "detalhe cósmico"?

- Mas o Livro também pede que ninguém critique os que ainda precisam de rituais e cerimônias, desde que o ritual e a cerimônia não se tornem mais importantes que a religação, com o Espírito Divino, elas são todas válidas. O mesmo responde Krishna para Arjuna, quando ele questiona sobre muitos que ainda oram para os semi-deuses. Krishna responde que desde que suas preces sejam sinceras e puras, Ele as recebe desta forma indireta, mas a Alma mais madura, da qual Arjuna era o símbolo, podia vir diretamente a ele, sem terceiros, sem oferendas, sem rituais, apenas via entrega plena! Lembrando que Krishna, neste diálogo, simboliza o Espírito Imortal em cada um e Arjuna o buscador, o homem a busca de Deus... em si! Agora releia o acima para entender que uma alma madura já pode ir direto ao seu Espírito, comungar com ele em total entrega e simplicidade, sem rituais.

- Portanto, a prece, a contemplação e uma forma de meditação dirigida à UNIÃO COM O ESPIRITO DIVINO são em si suficientes para realizar a fusão, desde que o candidato tenha um desejo profundo o suficiente que não dependa de terceiros para manter a chama acesa. Se este não for o caso, é melhor participar de uma religião organizada para garantir a fusão, garantir a chama ou para garantir que seu sentimento de culpa ou seus apegos não o impeçam de crer na libertação plena. Por isto os orientais dizem que sem um Mestre é muito raro uma alma não madura conseguir a “libertação” ou salvação eterna, e isto faz sentido visto sob o bom senso humano. Afinal, quem não sente o peso da matéria na hora “H”, em que seria preciso fazer uma entrega total do eu humano egoísta, em favor do eu divino universal? 

- Tal como “Deus exigiu o sacrifício de Isaque, o filho “único” e quando ele viu que Abraão sacrificaria “seu filho único”, Deus dispensou o ato! Oras, aqui foi simbolizada – a meu ver, pois jamais li algo similar por aí – isso me vem agora via intuição - que se refere a entrega plena do “filho único e intensamente amado que todos temos: nossa personalidade humana”. 
Jesus disse: Quem quiser perder sua Vida por meu Amor (pelo Eu Divino), este a terá salva... pensem nisto! O que será salvo? O eu humano egoísta? Não, a lembrança e a experiência desta personalidade que hoje tem um nome, história, data de nascimento, cultura e registro sobre o Planeta Terra: você, eu, nós! E que permitiu que o Eu Divino tomasse as rédeas da mente, corpo e alma!

2) A grande diferença do mestre Jesus e dos outros grandes mestres:

-  O Livro cita com o máximo respeito os outros mestres, tais como Buda, Maomé, Lao Tse, Confúcio, Zoroastro, mas explica que por Micael Cristo ser o Governante do nosso Universo, sua encarnação como ser humano representou algo muito especial para todo o nosso Universo e para todos os demais universos e para o Pai no Paraíso, pois os Micaéis, são Seres que são gerados diretamente no Paraíso. Por isto uma outorga num planeta tão confuso devido a Rebelião de Lúcifer, representa algo muito especial em muitos sentidos.

- Os demais mestres foram criaturas mais ou menos humanas, que não desceram de algum nível superior, e se desceram, pelo menos não tão alto quanto este Micael, e outros ascenderam de baixo para cima, como nós vamos fazer. Foram exemplos dignos de serem seguidos, mas não devemos esquecer que com o advento de Cristo Micael na Terra, todos podemos atingir o PAI DIRETAMENTE através de nossa fé e nossa devoção ao Pai em Nós através do Espírito Dele em nós,  e ao próximo, cada um do seu jeito, de acordo com sua capacidade, uns com zelo material, outros psicológico, enfim meios não faltam, mas importante é lembrar o seguinte:

- Não adianta ajudar ao próximo se dentro de sua casa, de seu lar, Você não consegue ser igualmente um inspirador para seus. Isso é incoerência espiritual e prova que o individuo quer ganhar status de “ bom “ perante os outros lá fora, enquanto que entre 4 paredes ele apenas sabe provocar discórdia e dores. A compaixão começa consigo e com os próximos mais próximos (seu companheiro se for casado, senão seus irmãos, parentes e amigos e para consigo, para então seguir adiante).

A FUSÃO DE JESUS COM SEU AJUSTADOR  


2. O BATISMO DE JESUS

Jesus foi batizado no apogeu das pregações de João, quando a Palestina estava inflamada pela esperança da sua mensagem – “o Reino de Deus está à mão” –, quando todo o mundo judeu empenhava-se em um exame de consciência sério e solene. O sentido (Pág. 1511) judaico de solidariedade racial era muito profundo. Os judeus não apenas acreditavam que os pecados de um pai poderiam afligir os seus filhos, mas acreditavam firmemente que o pecado de um indivíduo poderia amaldiçoar a nação. Desse modo, nem todos, entre aqueles que se submetiam ao batismo de João, consideravam a si próprios como sendo culpados dos pecados específicos denunciados por João. Muitas almas devotas foram batizadas por João pelo bem de Israel. Eles temiam que algum pecado de ignorância, da sua parte, pudesse retardar a vinda do Messias. Sentiam-se como uma nação culpada e amaldiçoada pelo pecado e apresentavam-se para o batismo no intuito de que, assim fazendo, pudessem manifestar os frutos da penitência da raça. Evidente é, pois, que Jesus, de nenhum modo, recebeu o batismo de João como um ritual de arrependimento, nem de remissão de pecados. Ao aceitar o batismo das mãos de João, Jesus estava apenas seguindo o exemplo de inúmeros israelitas pios.

Quando foi até o Jordão, para ser batizado, Jesus de Nazaré era um mortal deste reino, que havia atingido o pináculo da ascensão evolucionária humana, em todos os pontos relacionados à conquista da mente e à auto-identificação com o espírito. Era como um mortal perfeccionado, dos mundos evolucionários do tempo e do espaço, que ele comparecia naquele dia ao Jordão. Uma sincronia perfeita e uma completa comunicação haviam sido estabelecidas entre a mente mortal de Jesus e o espírito Ajustador residente, a dádiva divina do seu Pai no Paraíso. E, exatamente como este, um Ajustador reside na mente de todos os seres humanos normais vivendo em Urântia, desde a ascensão de Micael à soberania do seu universo; excetuando pelo fato de que o Ajustador de Jesus havia sido previamente preparado para essa missão especial, residindo, do mesmo modo, em um outro ser supra-humano encarnado à semelhança da carne mortal, Machiventa Melquisedeque.

Habitualmente, quando um mortal do reino atinge níveis tão elevados de perfeição da personalidade, ocorrem aqueles fenômenos preliminares de elevação espiritual que culminam na fusão final da alma amadurecida do mortal com o seu Ajustador divino solidário. E, aparentemente, essa mudança deveria ter acontecido, na experiência da personalidade de Jesus de Nazaré, naquele mesmo dia em que ele foi ao Jordão com os seus dois irmãos, para ser batizado por João. Essa cerimônia foi o ato final da sua vida meramente humana em Urântia; e muitos observadores supra-humanos esperavam testemunhar a fusão do Ajustador com a mente residida; mas todos estavam destinados a desapontar-se. Algo novo, e até mesmo maior, ocorreu. Quando João colocou as suas mãos sobre Jesus, para batizá-lo, o Ajustador residente, para sempre, deixou a alma humana perfeccionada de Joshua ben José. E, dentro de uns poucos momentos, essa entidade divina retornou de Divínington, como um Ajustador Personalizado, transformado em dirigente da sua espécie em todo o universo local de Nébadon. Assim, Jesus observou o seu próprio espírito divino anterior descendo no seu retorno para ele, na forma personalizada. E ouviu esse mesmo espírito, originário do Paraíso, falar agora, dizendo: “Este é o meu Filho amado, em quem Eu muito me comprazo”. E João, junto com os dois irmãos de Jesus, também ouvira essas palavras. Os discípulos de João, de pé na beira da água, não ouviram essas palavras nem viram a aparição do Ajustador Personalizado. Apenas os olhos de Jesus enxergaram o Ajustador Personalizado.

Após o Ajustador Personalizado, que retornara, agora mais elevado, haver assim falado, caiu o silêncio. E, enquanto os quatro permaneciam na água, Jesus, olhando para cima na direção do Ajustador que se aproximava, orou: “Meu Pai, que reina nos céus, santificado seja o Teu nome. Venha a nós o Teu Reino! Seja feita a Tua vontade, na Terra, como nos céus”. Enquanto Jesus estava orando, os “céus abriram-se”, e o Filho do Homem (Pág. 1512) teve uma visão de si próprio, que foi apresentada pelo agora Personalizado Ajustador, como um Filho de Deus, do modo como ele era, antes de vir à Terra à semelhança da carne mortal; e como ele seria, quando a vida encarnada terminasse. Essa visão celeste foi percebida apenas por Jesus.
Havia sido a voz do Ajustador Personalizado que João e Jesus ouviram, falando em nome do Pai Universal; pois o Ajustador é como o Pai do Paraíso e provém Dele. Durante todo o restante da vida de Jesus na Terra, esse Ajustador Personalizado esteve solidário com ele, em todos os seus trabalhos; Jesus permaneceu em comunhão constante com esse Ajustador elevado.

Ao ser batizado, Jesus não se arrependeu de nenhuma ação errada; e não fez nenhuma confissão de pecado. E esse foi o batismo da consagração do cumprimento da vontade do Pai celeste. Durante o seu batismo, ele ouviu o chamado inconfundível do seu Pai, o chamado final para ocupar-se dos assuntos do seu Pai; e daí Jesus partiu para uma reclusão, em privacidade, por quarenta dias, para pensar sobre todas essas questões. Retirando-se assim, por um período, do contato ativo de personalidade com os seus companheiros terrenos, Jesus, sendo quem era e  estando em Urântia, estava seguindo o mesmo procedimento previsto nos mundos moronciais, que um mortal ascendente faz, ao fusionar-se com a sua presença interna do Pai Universal.
Esse dia do batismo pôs fim à vida puramente humana de Jesus. O Filho divino encontrou o seu Pai; e o Pai Universal encontrou o Seu Filho encarnado e Eles falaram-se um ao outro.

(Jesus estava quase com trinta e um anos e meio, quando foi batizado. Embora Lucas diga que Jesus foi batizado no décimo quinto ano do reinado de Tibério César, que teria sido no ano 29 d.C., posto que Augusto morreu no ano 14 d.C., deveria ser relembrado que Tibério foi co-imperador com Augusto, por dois anos e meio, antes da morte de Augusto; tendo tido moedas estampadas em sua honra, em outubro do ano 11 d.C. O décimo quinto ano do seu governo, na realidade, portanto foi esse mesmo ano de 26 d.C.,  C., o mesmo do batismo de Jesus. E esse também foi o ano em que Pôncio Pilatos começou a governar a Judéia.)

VIDA DE JESUS, O CRISTO MICAEL ENCARNADO COMO HOMEM E SUAS PALAVRAS


Pouco tendo a dizer sobre os vícios sociais dos seus dias, Jesus raramente fazia referência à degenerescência moral. Ele era um instrutor positivo da virtude verdadeira. Ele evitava atentamente o método negativo de administrar a instrução; ele recusava-se a apregoar qualquer coisa do mal. Ele nem mesmo foi um reformador moral. Ele bem sabia, e assim ele ensinou aos seus apóstolos, que as urgências sensuais da humanidade não são suprimidas nem pela repressão religiosa, nem pelas proibições legais. As suas poucas denúncias foram dirigidas mais contra o orgulho, a crueldade, a opressão e a hipocrisia.
Jesus não denunciou com veemência nem mesmo os fariseus, como o fez João. Sabia serem, muitos dos escribas e fariseus, honestos nos seus corações; ele compreendeu a submissão escravizada deles às tradições religiosas. Jesus punha uma grande ênfase em “primeiro tornar boa a árvore”. E fez com que aqueles três compreendessem bem que dava valor à vida como um todo, não apenas a algumas poucas virtudes em especial.
A coisa que João aprendeu com os ensinamentos desse dia foi que a essência da religião de Jesus consistia na aquisição de um caráter compassivo, junto com uma personalidade motivada a fazer a vontade do Pai do céu.

Os três apóstolos ficaram chocados, nessa tarde, quando compreenderam que a religião do seu Mestre não dava meios para que se fizesse um auto-exame espiritual. Todas as religiões, antes e depois da época de Jesus, e mesmo o cristianismo, cuidadosamente davam condições de um auto-exame consciente. Contudo, não era assim com a religião de Jesus de Nazaré. A filosofia de vida de Jesus é desprovida dessa introspecção religiosa. O filho do carpinteiro nunca ensinou a elaboração do caráter; ele ensinou o crescimento do caráter, esclarecendo que o Reino do céu é como uma semente de mostarda. Todavia, Jesus nada disse que condenasse a auto-análise como um meio de precaver-se para impedir o egoísmo pretensioso.
(...)
Jesus não ensinou aos seus apóstolos que a religião é a única busca terrena do homem; essa era a ideia judaica de servir a Deus. Contudo, ele insistiu que a religião fosse a ocupação exclusiva dos doze. Jesus nada ensinou que dissuadisse os seus crentes da busca da cultura genuína; ele apenas não dava mérito às escolas religiosas de Jerusalém, presas à tradição. Ele era liberal, generoso, instruído e tolerante. A piedade autoconsciente não tinha lugar na sua filosofia do viver na retidão.
(...)

A ênfase no SER e não no FAZER

Naquela noite, enquanto ensinava na casa, pois havia começado a chover, Jesus falou demoradamente a eles, tentando mostrar aos doze o que eles deviam ser, não o que deviam fazer. Eles conheciam uma religião que lhes impunha que só fizessem determinadas coisas como meio de alcançar a retidão – a salvação. E Jesus reiterava: “No Reino, vós deveis ser retos e justos para fazerdes o trabalho”. Muitas vezes ele repetiu: “Sede, portanto, perfeitos, como o vosso próprio Pai no céu é perfeito”. A todo o tempo estava o Mestre explicando aos seus apóstolos desnorteados que a salvação que ele viera trazer ao mundo seria obtida apenas pela crença, pela fé simples e sincera. Disse Jesus: “João pregou um batismo de arrependimento, de pesar pelo modo antigo de viver. Vós ireis proclamar o batismo do companheirismo com Deus. Pregai o arrependimento àqueles que estão em necessidade desse ensinamento, mas, àqueles que buscam já a admissão sincera ao Reino, abri as portas bem abertas e convidai-os a entrar na jubilosa comunhão dos filhos de Deus”. Mas era uma tarefa difícil a de persuadir esses pescadores galileus de que, no Reino, ser reto, por meio da fé, deve vir antes do fazer com retidão, na vida diária dos mortais da Terra.

Outro grande obstáculo para esse trabalho de instrução dos doze foi a tendência deles de tomar os princípios altamente idealistas e espirituais, da verdade religiosa, e colocá-los na forma de regras concretas de conduta pessoal. Jesus queria apresentar a eles o espírito magnificamente belo da atitude da alma, mas eles insistiam em traduzir esses ensinamentos em regras para o comportamento pessoal. Muitas vezes, quando se asseguravam de lembrar-se daquilo que o Mestre dissera, era quase que certo que eles se esquecessem do que ele não tinha dito. Mas, vagarosamente, eles assimilavam os seus ensinamentos, mesmo porque Jesus era, de fato, tudo o que ele ensinava. O que eles não ganhavam da sua instrução verbal, eles adquiriam, gradualmente vivendo com ele. 

A missão Universal de Jesus e não apenas humana e terrestre 


Não estava visivelmente claro para os apóstolos que o seu Mestre achava-se empenhado em viver uma vida de inspiração espiritual para todas as pessoas, de todas as idades, em todos os mundos de um vasto universo. Não obstante o que Jesus dizia a eles, de tempos em tempos, os apóstolos não captaram a ideia de que ele estava fazendo um trabalho, neste mundo, mas que serviria para todos os outros mundos da sua vasta criação. Jesus viveu a sua vida terrena em Urântia, não para estabelecer um exemplo pessoal de vida mortal, para os homens e mulheres deste mundo, mas antes, para criar um ideal espiritual elevado e inspirador, para todos os seres mortais em todos os mundos.

Nessa mesma tarde, Tomé perguntou a Jesus: “Mestre, tu dizes que devemos transformar-nos como que em pequenas crianças, antes que possamos ganhar a entrada no Reino do Pai, e tu ainda nos preveniste para não sermos enganados por falsos profetas e para não sermos culpados de jogarmos as nossas pérolas diante de porcos. Agora, fiquei honestamente perplexo. Eu não consigo entender os teus ensinamentos”.

Jesus respondeu a Tomé:

“Por quanto tempo vou tolerar-vos! Vós sempre insistis em tomar literalmente tudo o que eu ensino. Quando eu vos pedi que vos tornásseis crianças pequenas, como preço para a entrada no Reino, eu me referia não à facilidade de serdes enganados, não à mera tendência para acreditar, nem à rapidez para confiar em estranhos agradáveis. O que desejei que vós captásseis, com a ilustração, foi a relação pai-filho. Vós sois as crianças, e é no Reino do vosso Pai que buscais entrar. E, se presente está aquele afeto natural entre toda a criança normal e o seu pai, que assegura um entendimento e uma relação de amor, ela para sempre exclui qualquer necessidade de barganhar pelo amor e pela misericórdia do Pai. E o evangelho que vós ireis pregar tem a ver com uma salvação que vem da realização pela fé dessa mesma relação eterna entre pai e filho”.


O SIGNIFICADO DA RESSURREIÇÃO E DA VINDA DO ESPÍRITO DA VERDADE


Esclareçamos definitivamente o conceito da ressurreição de Jesus fazendo as seguintes afirmações:
1. O seu corpo material ou físico não era uma parte da personalidade ressuscitada. Quando Jesus saiu do sepulcro, o seu corpo de carne permaneceu intacto no sepulcro. Ele emergiu da tumba sem mover as pedras diante da entrada e sem romper os selos de Pilatos.
2. Ele não emergiu do sepulcro como um espírito, nem como Micael de Nébadon; ele não apareceu na forma do Soberano Criador, tal como fora antes da sua encarnação à semelhança da carne mortal em Urântia.
3. Ele saiu do sepulcro de José na própria semelhança das personalidades moronciais dos que, como os seres moronciais ascendentes ressuscitados, emergem das salas de ressurreição do primeiro mundo das mansões deste sistema local.

[Lembrem-se que moroncia é sinônimo de alma, portanto, ele saiu com um corpo moroncial, que não é visto por todos – nota de HS]

Pág. 2022 ...
...O primeiro ato de Jesus, depois de levantar do sepulcro, foi o de saudar Gabriel e instruí-lo a continuar na função de executivo dos assuntos do universo entregue a Emanuel e, então, ele solicitou ao dirigente dos Melquisedeques que transmitisse a sua saudação fraternal a Emanuel. Pediu ao Altíssimo de Edêntia pela autorização dos Anciães dos Dias para o seu trânsito mortal; e, voltando-se para os grupos moronciais, dos sete mundos das mansões, aqui reunidos para saudar e dar as boas-vindas ao seu Criador, como criatura da sua própria ordem, Jesus disse as primeiras palavras da sua carreira pós-mortal. Disse o Jesus moroncial:
“Tendo terminado a minha vida na carne, eu permanecerei aqui por um breve período na forma transitória para que eu possa conhecer melhor, e mais completamente, a vida das minhas criaturas ascendentes e para que em seguida eu revele a vontade do meu Pai no Paraíso”.

A desmaterialização do corpo de Jesus

(...) Gabriel e pediu-lhe o corpo mortal de Jesus. E o dirigente dos arcanjos disse: “Podemos não participar da ressurreição moroncial da experiência de auto-outorga de Micael, nosso soberano, mas gostaríamos de ter os seus restos mortais sob a nossa custódia para dissolução imediata. Não nos propomos empregar a nossa técnica de desmaterialização; meramente queremos invocar o processo do tempo acelerado. Suficiente é que tenhamos visto já o Soberano viver e morrer em Urântia; as hostes dos céus seriam poupadas da recordação de ter de suportar a visão da degradação lenta da forma humana do Criador e Sustentador de um universo. Em nome das inteligências celestes de todo o Nébadon, peço um mandato dando a mim a custódia do corpo mortal de Jesus de Nazaré e o  poder de procedermos à sua dissolução imediata”.

Os líderes judeus começaram uma sórdida operação para livrar-se supostamente de Jesus oferecendo subornos ao traidor Judas, e agora, ao defrontar-se com essa situação embaraçosa, em vez de pensar em punir os guardas que desertaram seu posto, recorreram ao expediente de subornar esses guardas e os soldados romanos. Pagaram a cada um desses vinte homens uma quantia em dinheiro e instruíram-nos a dizer a todos: “Enquanto dormíamos durante a noite, os seus discípulos precipitaram-se sobre nós e levaram o corpo”. E os líderes judeus fizeram promessas solenes aos soldados de defendê-los perante Pilatos, caso chegasse ao conhecimento do governador que eles tinham   aceitado um suborno.

A vinda e razão de ser do Espírito da Verdade

O termo “batismo do espírito”, que veio a ter um uso tão geral nessa época, significou meramente a recepção consciente dessa dádiva do Espírito da Verdade e a tomada de consciência desse novo poder espiritual, como uma ampliação de todas as influências espirituais experienciadas até então pelas almas conscientes de Deus.
Desde o outorgamento do Espírito da Verdade, está o homem sujeito ao ensinamento e ao guiamento de um dom espiritual tríplice:

o espírito do Pai, o Ajustador  do Pensamento; 
o espírito do Filho, o Espírito da Verdade;
o espírito do Espírito, o Espírito Santo.

De um certo modo, a humanidade está sujeita à influência dupla, de apelo sétuplo, das influências espirituais do universo. As raças evolucionárias primevas, de mortais, estão submetidas ao contato progressivo com os sete espíritos ajudantes da mente do Espírito Materno do universo local.
À  medida que o homem progride, escala acima,  em inteligência e em percepção espiritual, vão chegando até ele e residindo nele as sete influências dos espíritos superiores. E esses sete espíritos, dos mundos em avanço, são:

1. O espírito outorgado, do Pai Universal – o Ajustador do Pensamento.
2. A presença espiritual do Filho Eterno – a gravidade espiritual do universo dos universos; e o canal certo para a comunhão de todos os espíritos.
3. A presença espiritual do Espírito Infinito – o espírito-mente de toda a criação, a fonte espiritual da semelhança intelectual de todas as inteligências progressivas.
4. O espírito do Pai Universal e do Filho Criador – o Espírito da Verdade, geralmente visto como o espírito do Filho do Universo.
5. O espírito do Espírito Infinito e do Espírito Materno do Universo – o Espírito Santo, geralmente considerado o espírito do Espírito do Universo.
6. O espírito-mente do Espírito Materno do Universo – os sete espíritos ajudantes da mente do universo local.
7. O espírito do Pai, dos Filhos e dos Espíritos – o espírito, com um nome novo, dos mortais ascendentes dos reinos, depois da fusão da sua alma mortal, nascida do espírito, com o Ajustador do Pensamento; e após terem-se  elevado, subsequentemente, até a divindade e atingido a glorificação, por meio do status que atingem, no Corpo de Finalidade do Paraíso.
E assim o outorgamento do Espírito da Verdade trouxe ao mundo e aos seus povos o último dom do espírito, destinado a ajudar na busca ascendente de Deus.


O QUE OCORREU EM PENTECOSTES


Muitos ensinamentos estranhos e raros estão ligados às primeiras narrativas do Dia de Pentecostes. Os acontecimentos deste dia, em que o Espírito da Verdade, o novo mestre, veio para morar com a humanidade, tornaram-se confusos, em épocas posteriores, por causa das explosões tolas de uma emoção exagerada. A missão principal dessa efusão do espírito do Pai e do Filho é a de ensinar aos homens sobre as verdades do amor do Pai e da misericórdia do Filho. Essas são as verdades da divindade que o homem pode compreender muito melhor que todos os outros traços do caráter divino. O Espírito da Verdade ocupa-se, principalmente, da revelação da natureza do espírito do Pai e do caráter moral do Filho. O Filho Criador, quando esteve encarnado, revelou Deus aos homens; o Espírito da Verdade, no coração, revela o Filho Criador aos homens. Quando o homem colhe, na sua vida “os frutos do espírito”, ele está simplesmente comprovando as características que o Mestre manifestou na sua própria vida terrena.

Quando Jesus esteve na Terra, ele viveu a sua vida como uma personalidade – Jesus de Nazaré. Como espírito residente do “novo instrutor”, desde Pentecostes, o Mestre tem sido capaz de viver a sua vida novamente na experiência de todos os crentes que aprenderam e assimilaram a verdade.

Muitas das coisas que acontecem no decurso de uma vida humana são duras para serem compreendidas, difíceis de serem reconciliadas com a ideia de que este é um universo no qual prevalece (Pág. 2063)  a verdade e no qual a retidão triunfa. Muito frequentemente parece que o insulto, as mentiras, a desonestidade e a falta de retidão – o pecado – prevalecem. E a fé, afinal, triunfa sobre o mal, o pecado e a iniquidade? Sim, triunfa. E a vida e a morte de Jesus são a prova eterna de que a verdade da bondade e a fé, na criatura conduzida pelo espírito, serão justificadas sempre. Quando crucificado, chegaram a zombar de Jesus na cruz dizendo: “Vamos ver se Deus virá para libertá-lo”. E o dia da crucificação ficou escuro, mas, na manhã da ressurreição, estava gloriosamente luminoso; e ainda mais brilhante e mais cheio de júbilo esteve o Dia de Pentecostes. As religiões do desespero pessimista buscam obter a liberação das cargas da vida, elas almejam a extinção em um repouso e em um sonho sem fim. Essas religiões são as do medo e do pavor primitivos. A religião de Jesus é uma palavra nova de fé, que há de ser proclamada à humanidade, em meio à sua luta. Essa nova religião está fundada na fé, na esperança e no amor.

A vida mortal deu os mais duros, cruéis e amargos golpes em Jesus; e este homem recebeu todos os golpes desesperados, com fé, coragem e com a determinação inarredável de cumprir a vontade do Pai. Jesus aceitou a vida, em toda a sua realidade terrível, com mestria – até mesmo na morte. Ele não usou a religião como uma liberação para a vida. A religião de Jesus não procura escapar desta vida, com o fito de desfrutar da felicidade de uma outra existência. A religião de Jesus proporciona a felicidade e a paz de uma outra existência espiritual que eleva e enobrece a vida que os homens vivem agora na carne.

Se a religião é um ópio para o povo, assim não é a religião de Jesus. [Não do que fizeram dela! Nota de HS].  Na cruz ele recusou-se a beber a droga mortal, e o seu espírito, efusionado em toda a carne, é uma influência mundial poderosa que conduz o homem à elevação e que o leva a progredir. O impulso espiritual para o progresso é a força mais poderosa presente neste mundo; aquele   que é o verdadeiro crente no aprendizado da verdade é a alma que progride ativa e dinamicamente sobre a Terra.

No Dia de Pentecostes, a religião de Jesus quebrou todas as restrições das nações e as prisões raciais. Para sempre será verdade que “onde está o espírito do Senhor, há liberdade”. Nesse dia, o Espírito da Verdade tornou-se a dádiva pessoal do Mestre a cada mortal. Esse espírito foi concedido com o propósito de qualificar os crentes mais eficazmente, para que preguem a palavra do Reino de Deus, mas eles confundiram a experiência, de receber o espírito efusionado, com uma parte do novo evangelho que eles estavam formulando inconscientemente.

Não desconsidereis o fato de que o Espírito da Verdade foi outorgado a todos aqueles que têm uma crença sincera; essa dádiva do espírito não veio apenas para os apóstolos. Todos os cento e vinte homens e mulheres reunidos na sala superior receberam o novo mestre, como o receberam todos os homens honestos de coração em todo o mundo. Esse novo mestre foi concedido à humanidade e cada alma o recebeu na proporção do seu amor pela verdade e da sua capacidade de apreender e compreender as realidades espirituais. Afinal, a verdadeira religião libera-se da custódia dos sacerdotes e de todas as castas sagradas e encontra sua manifestação real nas almas individuais dos homens.
A religião de Jesus desenvolve o tipo mais elevado de civilização humana, pois cria o tipo mais elevado de personalidade espiritual e proclama a condição sagrada da pessoa.

A vinda do Espírito da Verdade, em Pentecostes, tornou possível uma religião que não é nem radical nem conservadora; não é nem a velha nem a nova, que não irá ser dominada nem pelos velhos nem pelos jovens. O fato da vida terrena de Jesus proporciona um ponto fixo para a ancoragem do tempo, enquanto o outorgamento do Espírito da (Pág. 2064)  Verdade proporciona a expansão eterna e o crescimento interminável da religião que ele viveu e da palavra de Deus por ele proclamada. O espírito guia para dentro de toda a verdade; ele é o mestre de uma religião que expande e cresce sempre, de progresso sem fim e de revelação do divino. Esse novo mestre desvelará, para sempre, ao crente em busca a verdade, tudo aquilo que esteve tão divinamente velado e contido na pessoa e na natureza do Filho do Homem.

As manifestações ligadas ao outorgamento do “novo mestre”, e o modo como os homens de várias raças e nações, reunidas em Jerusalém, receberam a pregação dos apóstolos, indicam a universalidade da religião de Jesus. O evangelho do Reino de Deus não se devia identificar com nenhuma raça, cultura ou língua em particular. Esse Dia de Pentecostes testemunhou um grande esforço do espírito, no sentido de liberar a religião de Jesus dos seus elos herdados dos judeus. Mesmo após essa demonstração da efusão do espírito sobre toda a carne, os apóstolos, no princípio, ainda tentaram impor os quesitos do judaísmo aos convertidos. E até mesmo Paulo teve problemas com os seus irmãos de Jerusalém, porque ele se recusou a submeter os gentios às práticas judaicas. Nenhuma religião revelada pode difundir-se pelo mundo inteiro se comete o grave erro de se deixar permear por uma cultura nacional ou de se ligar a práticas raciais, sociais ou econômicas.

O outorgamento do Espírito da Verdade foi independente de todas as formas, cerimônias, lugares sagrados e comportamentos especiais da parte daqueles que receberam, em plenitude, a sua manifestação. Quando o espírito veio sobre as pessoas reunidas no salão superior, elas estavam simplesmente sentadas lá, tendo acabado de orar em silêncio.
O espírito foi concedido tanto no campo como na cidade. Não foi necessário que os apóstolos se dirigissem  um local isolado, durante anos de meditação solitária, para que recebessem o espírito. Para todo o sempre, Pentecostes desligou a experiência espiritual, da noção de que houvesse locais especialmente favorecidos. Pentecostes com o seu dom espiritual estava destinada a desligar a religião do Mestre de qualquer dependência de força física; os mestres dessa nova religião estão agora equipados com armas espirituais. Devem sair para conquistar o mundo com o perdão infalível, com uma boa vontade incomparável e amor abundante. Eles estão equipados para sobrepor o bem ao mal, para vencer o ódio pelo amor, para destruir o temor com uma fé corajosa na verdade.

Jesus já havia ensinado aos seus seguidores que a sua religião nunca era passiva; e que os seus discípulos deviam ser sempre ativos e positivos nas suas ministrações de misericórdia e nas suas manifestações de amor. Esses crentes já não consideravam Yavé como o “Senhor das Hostes”. Eles agora consideravam a Deidade eterna como o “Deus, e Pai do Senhor Jesus Cristo”. Pelo menos esse progresso eles fizeram, ainda que não tenham apreendido, inteiramente, a verdade de que Deus é também o Pai de todos os indivíduos.

Pentecostes dotou o homem mortal com o poder de perdoar as agressões pessoais, de manter-se doce em meio à injustiça mais grave, de permanecer firme em face do perigo mais tremendo, e de desafiar os males do ódio e da ira, por meio de atos audazes de amor e de paciência. Urântia passou, na sua história, pela destruição de guerras grandes e arrasadoras. Todos os participantes dessas lutas terríveis encontraram a derrota. Houve apenas um vitorioso; houve apenas um, que saiu dessas lutas amargas com a sua reputação mais elevada – e este foi Jesus de  Nazaré e a sua palavra divina, de sobrepujar o mal com o bem. O segredo de uma civilização melhor está contido nos ensinamentos do Mestre, sobre a irmandade dos homens, a boa vontade do amor e da confiança mútua.
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Até Pentecostes, a religião tinha revelado apenas o homem à procura de Deus; desde Pentecostes, permanece o homem na busca de Deus, mas brilha sobre o mundo o espetáculo de Deus, que também busca o homem e que, tão logo o tenha achado, envia o Seu espírito para residir dentro dele.
Antes dos ensinamentos de Jesus, que culminaram em Pentecostes, as mulheres tinham pouca ou nenhuma posição espiritual, segundo os pequenos dogmas das religiões mais antigas. Depois de Pentecostes, na irmandade do Reino, as mulheres colocaram-se perante Deus em igualdade com os homens. Entre os cento e vinte que receberam essa visitação especial do espírito, estavam muitas das mulheres discípulas e elas compartilharam dessas bênçãos igualmente com os crentes homens. Não mais pode o homem presumir monopolizar o ministério dos serviços religiosos. O fariseu poderia continuar a agradecer a Deus por não “ter nascido mulher, nem leproso, nem gentio”, mas entre os seguidores de Jesus, a mulher foi para sempre libertada de todas as discriminações baseadas no sexo.

Pentecostes pôs fim a todas as discriminações religiosas fundadas sem distinções raciais, diferenças culturais, castas sociais, ou preconceito de sexo. Não é de se estranhar que os crentes da nova religião clamassem aos brados:
Onde está o espírito do Senhor, lá está a liberdade”.

Tanto a mãe quanto um irmão de Jesus estavam presentes entre os cento e vinte crentes e, como membros desse grupo comum de discípulos eles também receberam o espírito efundido. Eles não receberam, de tal dom do bem, nada mais do que os seus semelhantes. Nenhuma dádiva especial foi conferida aos membros da família terrena de Jesus. Pentecostes marcou o fim dos sacerdócios especiais e de toda a crença em famílias sagradas. Antes de Pentecostes os apóstolos tinham renunciado a muitas coisas por Jesus. Tinham sacrificado os seus lares, famílias, amigos, bens mundanos e posição. Em Pentecostes eles entregaram-se a Deus; e o Pai e o Filho responderam, dando-se ao homem – enviando os Seus espíritos para residir dentro do homem. Essa experiência de perder o eu, e de encontrar o espírito, não foi apenas a da emoção; foi um ato de auto-rendimento inteligente e de consagração sem reservas.

Pentecostes foi o chamado à unidade espiritual, entre os que acreditam na palavra sagrada. Quando o espírito desceu sobre os discípulos, em Jerusalém, a mesma coisa aconteceu na Filadélfia, Alexandria e em todos os outros lugares onde estavam os crentes verdadeiros. Era verdade, literalmente, que “havia uma só alma e um coração, na multidão dos crentes”. A religião de Jesus é a mais poderosa influência unificadora que o mundo jamais conheceu.
Pentecostes teve o propósito de minimizar a presunção dos indivíduos, grupos, nações e raças. A tensão desse sentimento de presunção aumenta tanto que, periodicamente, desemboca em guerras destrutivas. A humanidade pode ser unificada apenas pelo enfoque espiritual; e o Espírito da Verdade é, neste mundo, uma influência que é universal.

A vinda do Espírito da Verdade purifica o coração humano e conduz a pessoa que o recebe, a formular um único propósito de vida, na vontade de Deus e para o bem-estar dos homens. O espírito material do egoísmo foi engolfado por esse novo outorgamento de altruísmo.
Pentecostes, então e agora, significa que o Jesus da história tornou-se o Filho divino da experiência vivente. A exultação, que esse espírito traz ao ser efundido, e, quando é experimentado conscientemente na vida humana, é um tônico para a saúde, um estímulo para a mente e uma energia infalível para a alma.
A prece não trouxe o espírito no Dia de Pentecostes; mas teve muito a ver com a determinação da capacidade de receptividade que caracterizou cada indivíduo crente.
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A prece não conduz o coração divino à generosidade da dádiva da graça, mas muito frequentemente forma canais mais largos e mais profundos pelos quais a graça e os outorgamentos divinos podem fluir até os corações e as almas  daqueles que assim lembram-se de manter uma comunhão ininterrupta com o seu Criador, por meio da prece sincera e da adoração verdadeira.

Decidi copiar o trecho a seguir sobre Judas, pois pelos trechos acima, pode-se entender que uma atitude isoladora foi promulgada por Jesus, quando afirma que cada criatura pode-se conectar com o Pai por meio do Ajustador do Pensamento e agora com a ajuda do Espírito da Verdade. Existe uma diferença entre se ser um indivíduo, autoconsciente, e um individualista, daquele que não consegue conviver sadiamente com pessoas que pensam, sentem e agem diferente de si próprio.

AS CAUSAS DA QUEDA DE JUDAS


Foi na primeira parte da mensagem de adeus do Mestre aos seus apóstolos que ele fez alusão à perda de Judas e  mostrou o destino trágico do companheiro de trabalho traidor, como uma advertência solene contra os perigos do isolamento social e fraternal. Pode ser de muita ajuda aos crentes, neste e nos tempos futuros, que um breve exame  das causas da queda de Judas seja feito, à luz das observações do Mestre e tendo em vista os esclarecimentos acumulados dos séculos seguintes.

Olhando essa tragédia de um modo retrospectivo, concebemos que, primariamente, se Judas desviou-se para o   erro, foi porque era muito marcadamente uma personalidade isolada, uma personalidade  (Pág. 2056) fechada em si e distante dos contatos sociais comuns. Ele recusou-se persistentemente a confiar nos seus amigos apóstolos ou a confraternizar-se livremente com eles. Mas ser um tipo isolado de personalidade não teria, em si e por si só, forjado tal erro de Judas, não fosse pelo fato de que ele também não cresceu em amor e em graça espiritual. E então, como se para agravar ainda mais um ponto fraco, ele deu abrigo persistente a ressentimentos e deu forças a inimigos psicológicos, tais como a vingança e a aspiração generalizada de “tirar a diferença” com alguém, por todas as suas decepções.

Essa combinação infeliz de peculiaridades individuais e de tendências mentais conspirou para destruir um homem bem-intencionado que não conseguiu vencer esses males com amor, fé e confiança. Que Judas não tivesse necessariamente de seguir esse caminho do erro é bem comprovado pelos casos de Tomé e de Natanael: ambos foram também amaldiçoados pela mesma espécie de desconfiança e por um desenvolvimento exagerado das tendências individualistas. Mesmo André e Mateus apresentavam muitas tendências nessa direção; mas todos esses homens cresceram no seu amor por Jesus e pelos companheiros apóstolos, cada vez mais e não menos, com o passar do tempo. Eles cresceram em graça e no conhecimento da verdade. Eles tornaram-se cada vez mais confiantes nos seus irmãos e aos poucos desenvolveram a capacidade de confiar nos companheiros. Judas recusou-se com persistência a confiar nos seus irmãos. Quando, por causa do acúmulo dos seus conflitos emocionais, ele sentia-se compelido a buscar o alívio em alguma expressão própria, ele invariavelmente buscava o conselho pouco sábio, e recebia o consolo dos seus parentes não espiritualizados ou de conhecidos casuais que, ou  eram indiferentes, ou mesmo hostis, ao bem-estar e ao progresso das realidades espirituais do Reino do céu, do qual ele era um dos consagrados doze embaixadores na Terra.

Judas encontrou a derrota nas suas batalhas de lutas terrenas por causa da fraqueza do seu caráter e dos seguintes fatores, nas suas tendências pessoais:

1. Ele era um ser humano do tipo isolado. Ele era altamente individualista e escolheu tornar-se uma espécie de pessoa confirmadamente fechada e anti-social.
2. Quando era criança, a vida se fez fácil demais para ele. Ele ressentia-se amargamente ao ser contrariado. A sua expectativa era a de ganhar sempre; ele era um péssimo perdedor.
3. Ele nunca adquiriu uma técnica filosófica para defrontar-se com a decepção. Em vez de aceitar os malogros como um aspecto regular e comum da existência humana, ele recorria infalivelmente à prática de culpar alguém em particular, ou os seus companheiros, como um grupo, por todas as suas dificuldades e frustrações pessoais.
4. Ele era dado a manter ressentimentos; e estava sempre alimentando ideias de vingança.
5. Ele não gostava de enfrentar os fatos com sinceridade; ele era desonesto na sua atitude para com as situações da vida.
6. Ele não gostava de discutir os seus problemas pessoais com os seus companheiros próximos; ele recusava-se a falar sobre as suas dificuldades com os seus amigos verdadeiros e com aqueles que o amavam de fato. Em todos os anos da sua relação, nem por uma vez ele recorreu ao Mestre com um problema puramente pessoal.
7. Ele nunca aprendeu que as recompensas verdadeiras, pelo viver com nobreza são, afinal, prêmios espirituais, os quais nem sempre são distribuídos durante essa curta vida na carne.
Como resultado do isolamento persistente da sua personalidade, as suas mágoas multiplicaram-se, as suas tristezas cresceram, as suas ansiedades aumentaram e o seu desespero aprofundou-se a um ponto quase intolerável.
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Conquanto esse apóstolo autocentrado e ultra-individualista tenha tido muitos problemas psíquicos, emocionais e espirituais, as suas principais dificuldades foram: na personalidade, ele era isolado; na mente, ele era vingativo e cheio de suspeição; no temperamento, ele era áspero e dado à desforra; emocionalmente, ele era sem amor e incapaz de perdoar; socialmente, ele não confiava e permanecia fechado em si próprio; no espírito, ele tornou-se arrogante e egoisticamente ambicioso; na vida, ele ignorava aqueles que o amavam; e, na morte, ele ficou sem amigos.

Esses, pois, são os fatores mentais e as más influências que, juntas, explicam porque um crente de Jesus, outrora bem-intencionado e também sincero, mesmo depois de vários anos de ligação íntima com a personalidade transformadora de Jesus, abandonou os seus companheiros, repudiou uma causa santa, renunciou à sua sagrada convocação e traiu o seu Mestre divino.

NOTAS COMPLEMENTARES FINAIS


- Portanto, não percamos a nossa individualidade realizando a união com o Pai através do Ajustador por Ele a nós outorgado por nós mesmos, pelo Amor ao Pai, e com a Ressurreição de Jesus, com a vinda do Espírito da Verdade. Bem como com a ajuda do Espírito Santo. Mas igualmente não devemos nos perder em nossa individualidade isolando-nos, mas sim repartindo nossas dúvidas, alegrias e medos com os outros que podem nos compreender e  servir de inspiração mútua. Isso não precisa ser feito numa organização religiosa, mas numa comunhão informal e pessoal com amigos, parentes, colegas e demais seres humanos que atravessam nossos caminhos. Por outro lado podemos participar de uma organização religiosa, se ela  não enfatiza a organização e os dogmas, e sim sempre a comunhão, o amor a Deus e ao próximo e a liberdade de se questionar e ter dúvidas sem ser julgado.

- Infelizmente, a liberdade de fazer perguntas é algo quase que inexistente no mundo ocidental seja no meio de igrejas, grupos organizados ou mesmo em movimentos mais elevados! Já no mundo oriental, nos famosos Satsangs, cada um é livre para perguntar sobre o que quiser ao Professor ou Mestre - embora o objetivo original e profundo de um Satsang, ou Encontro com Alunos e Mestres, é o de ficar na aura do Mestre Liberto e assim receber a graça de seu campo de força transfigurante! (Quem entender entendeu). Trata-se de um "encontro espiritual" - de um diálogo de Alma para Alma - e foi neste sentido que Ramana Maharshi foi muitas vezes incompreendido - mas ele tampouco deixou de responder da mais simples a mais complexa pergunta quando percebia que ela partia do íntimo, que era uma pergunta importante e não uma mera curiosidade. E aqui reside TODA a diferença que só um Mestre sabe detectar e onde todos os demais líderes espirituais "pecam" e fecham a possibilidade do aluno crescer e criar vínculos de confiança! É aqui que se inicia o doloroso caminho dogmático de todas as organizações - sendo as razões as mais diversas, mas a central é bloquear as perguntas sinceras de um buscador, que por ser mais mental do que devocional, precisa de algumas respostas para poder realizar sua entrega.

- Quanto  a Ressurreição de Jesus (quando se lê todas paginas referente ao assunto no livro de Urântia), entendi que Jesus foi o primeiro Ser provavelmente no Universo inteiro, a ter o poder de se autorressuscitar, pois ele dispensou TODAS AS AJUDAS prestadas por inúmeras ordens e seres celestes. (lembrem-se quem ele albergou em seu Ser: o Regente de nosso Universo – com sua descida até onde possível, talvez até Mente de Jesus, Michael realizou uma INICIAÇÃO CÓSMICA pelo que eu entendi – pois isso o possibilitou ser o Soberano Regente de seu Universo – até então ele tinha que governar com uma junta, entre outros – porém, não vamos usar nossos conceitos humanos e achar que ele queria mesmo é ser um Ditador devidamente testado e autorizado – por favor...).

- Normalmente uma  Alma (não o Espírito) ressuscita somente depois de uma fase numa esfera celeste distinta e de forma conjunta. Com a autorressurreição de Jesus, todas as Almas  (não corpos) até então em fase adormecida por assim dizer, foram ressuscitadas.
Isso foi um fato glorioso para todos os universos.

- A fusão do Ajustador Divino em Jesus ocorreu no ato do Batismo (o que penso equivale a iluminação total). Quem se interessar pelos assuntos, deve ler todas as páginas a respeito no Livro de Urântia e ainda assim, refletir e pedir ajuda do Espírito da Verdade para entender estas complexidades espirituais.

E para encerrar, um trecho recortado de uma das 

CONVERSAS DE JESUS COM UM CIDADÃO GREGO EM ÉFESO SOBRE A ALMA


Havia ali um pensador progressista ligado a essa escola local de filosofia, e Jesus teve várias reuniões bem proveitosas com ele. Ao longo dessas conversas Jesus havia usado repetidamente a palavra “alma”. Esse grego erudito finalmente perguntou-lhe o que queria ele dizer com “alma”, e Jesus respondeu:

“A alma é aquela parte do homem que reflete o eu, que discerne a verdade e que percebe a parte espiritual do  homem e que, para sempre, eleva o ser humano acima do nível do mundo animal. A autoconsciência, em si e por si mesma, não é a alma. A consciência moral é a verdadeira auto-realização humana e constitui o fundamento da alma humana, e a alma é aquela parte do homem que representa o valor de sobrevivência potencial para a experiência humana. A escolha moral e a realização espiritual, a capacidade de conhecer a Deus e o impulso de ser igual a ele são as características da alma. A alma do homem não pode existir sem o pensamento moral e a atividade espiritual. Uma alma estagnada é uma alma moribunda. Mas a alma do homem é distinta do espírito divino que reside dentro da mente. O espírito divino chega simultaneamente com a primeira atividade moral da mente humana, e é essa a ocasião do nascimento da alma. “A salvação ou a perda de uma alma tem a ver com o fato de a consciência moral alcançar ou não o status de sobrevivência, por intermédio da aliança eterna com a dotação espiritual imortal associada a ela”. [Ou seja com o Espírito Divino – o Ajustador do Pensamento em cada - nota de HS].
 (...)
“A alma humana, quando amadurecida, enobrecida e espiritualizada aproxima-se do status celeste, no sentido em que chega bem próximo de ser uma entidade que está entre o material e o espiritual, entre o eu material e o espírito divino. A alma em evolução, de um ser humano, é difícil de descrever e mais difícil ainda de ser comprovada porque não se a constata pelos métodos seja da investigação material, seja por provas espirituais. A ciência material não pode demonstrar a existência de uma alma, nem o pode uma comprovação puramente espiritual. Não obstante o fracasso tanto da ciência material quanto dos padrões espirituais, em constatar a existência da alma humana, todo (Pág. 1479) mortal moralmente consciente conhece a existência da sua alma como uma experiência pessoal real e factual”.


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